segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Nota sobre a Vida de José Augusto Guardía

O anarquista José Augusto Guardía nasceu em Barcelona, na Catalunha, em 1903 e faleceu em Porto Alegre em 1994. Ele foi um auto-didata, aprendeu a ler e escrever nos panfletos anarquistas. Casou-se com uma moça chamada Mercedes, ainda na Espanha, teve um filho doente que veio logo a falecer. Trabalhou na Espanha em uma cervejaria, fez vários ofícios, aqui no Brasil inclusive, também foi pedreiro e fotógrafo. Participou das 33 horas de Barcelona, na cervejaria em que trabalhou adotou com os outros operários o regime da auto-gestão e a prática da ação direta, características fundamentais da militância anarquista. Após a instauração do regime franquista, fugiu para a França e naquela ocasião se perdeu de Mercedes. Unidos novamente, acabaram viajando para o Brasil, onde se estabeleceram em Porto Alegre, na rua Miguel Tostes. Nos anos em que ali viveu, articulou o movimento anarquista principalmente entre os mais jovens que vinham à sua casa aprender com seus conselhos e orientações programáticas. Já com 91 anos de idade, diabético e com necessidade de cuidados especiais, num dado dia, em seu apartamento naquela dada rua em Porto Alegre, tomou seu café da tarde, ingeriu sua medicação, deitou-se para descansar e morreu dormindo. Nunca nos esqueceremos daquele sisudo embora simpático velhinho que um dia, no salão da Sociedade Espanhola de Socorro Mútuos perguntou a um jovem interessado no Anarquismo: "(...) conóces las ideas de Bakunin?".
(Augusto Guardía tinha como companheiro de luta um outro militante idoso chamado Rafael o qual vivia em Viamão, consertava guarda-chuvas e formulava os seus próprios panfletos).
(Spartacus)

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