sábado, 28 de fevereiro de 2009

A Ascensão e a Derrocada do Estado Soviético

A revolução russa de 1917 depôs o secular regime imperial czarista naquele grande país eslavo. Assim, com a vitória daquele movimento, a Rússia revolucionária foi encabeçada pelo soviete de operários, camponeses e soldados de Petrogrado, originalmente fundado por Voline em sua própria casa e depois liderado por Lênin. Dissolvida a Duma e também outras instâncias políticas do governo provisório do marechal Kerensky, o Estado dos sovietes ascendeu ao poder. Cedo, contudo, aquele poder se mostrou uma ditadura totalitária de esquerda, indiciando e perseguindo os seus opositores políticos(em especial, os anarquistas, vide os episódios de Kronstadt com a frota do Báltico e da Ucrânia de Makno e Arshinov). O comitê todo poderoso central era composto por cinco homens, a saber o politburo, com Lênin, Trótski, Stálin, Zinoviev e Bukhárin e, com a morte de Lênin, uma disputa acirrada se deu, originando-se dali soberano Joseph Stálin(o remanescente Trótsky foi morto a mando de Stálin no México). Com o término da segunda guerra mundial, a então URSS se expandiu territorialmente e politicamente, anexando nações e etnias periféricas à Rússia(consegrando o "cordão sanitário" ao Ocidente - ou a "cortina de ferro" para este último). Assim, centrada numa configuração geopolítica estática(tal como uma imóvel guerra de trincheiras) contra o Ocidente - especialmente contra os EUA - a URSS estabeleceu a denominada "guerra fria". Com um arsenal possível de destruir várias vezes o mundo à superfície do planeta(segundo um incrível conjunto mútuo de armas nucleares), EUA e a URSS nunca se confrontaram diretamente um com o outro, apenas fomentaram-se pequenas guerras paroquiais ou locais, na periferia geopolítica daquelas duas superpotências. Assim, desde o término da segunda guerra mundial, tal se deu ao longo de décadas, a polarização leste-oeste e a continuidade seccional da Alemanha em dois países e de Berlim em vários setores. Finalmente, num dia como qualquer outro do ano de 1989, o Portão de Brademburgo amanheceu aberto e em 1990, o regime soviético acabara, segundo iniciativa do chanceler Mikhail Gorbachev. Assim, parecendo - por parte da URSS - ser pronunciada uma confissão de derrota universal, o Ocidente(União Européia e os EUA através da OTAN) emergiram soberanos da então extinta "guerra fria": a URSS havia acabado, junto com a totalidade de suas históricas pretensões geopolíticas e ideológicas. Uma das ações político-militares derradeiras do regime soviético foi a invasão do Afeganistão e o apoio à revolução sandinista em 1979. Com o fim da URSS, a realidade
política de Cuba se tornou dramática devido à continuidade do embargo universal dos EUA à ilha de Fidel. Presentemente(2009), Fidel Castro foi sucedido por seu irmão Raul Castro o qual iniciou uma gradativa abertura política em Cuba que espera um fim concomitante ao embargo promovido pelos EUA(Spartacus).

A África e sua Política Continental

Depois de longo tempo de ocupação e possessão, as forças coloniais européias paulatinamente foram se retirando do continente africano, deixando um rastro de miséria e de pobreza universais(vide a Inglaterra, por exemplo(é válida a sentença: "primeiro eles tinham a Bíblia e nós, as terras; depois, eles ficaram com as terras e nós, com a Bíblia"). Líderes negros tais como Bokassa e Idiamin Dada, sendo inclusive antropófagos, foram guindados ao poder total dessas famintas e miseráveis repúblicas africanas, nos despojos dos regimes totalitários coloniais. Na África do Norte, a Argélia se independizou do domínio francês, a Rodésia, da ocupação inglesa, Camarões do domínio alemão e Angola e Moçambique, da ocupação portuguesa(essas duas últimas nações optaram pelo regime socialista). Por muitas décadas, a África do Sul adotou o regime do apartaid, segregando imenso conjunto de negros ao poder ditatorial dos brancos. O ouro tem sido a riqueza desse país, verifica-se que tal era tão abundante que pepitas daquele valioso metal era possíveis de ser encontradas nos tijolos de antigas construções das cidades sul-africanas(não é atoa que ingleses e holandeses se confrontaram na guerra dos boers, pela região do Transvaal). Atualmente, a África do Sul é um país democrático e sem segregação racial(depois de 30 anos preso, o líder Nelson Mandela foi guindado triunfante à cena política daquele país). Inclusive verifica-se com tristeza e desconsolo a morte da religiosa luterana Dorothy, vitimada devido a intrigas políticas em Mozambique. Um movimento cultural muito expressivo que tem tentado unificar a raça negra é o Rastafari, de Bob Marley, Jimmi Cliff e Peter Toch. Para Marley, os EUA é o sistema da Babilônia que oprime os negros e restantes sofredores por todo o planeta Terra. A música dos Rasta é o reagge e sua erva, a ganja(marijuana). O movimento rastafariano se originou na Jamaica e rapidamente tem se alastrado pelo mundo inteiro como uma expressiva instância ideológica e cultural de protesto contra os opressores universais da negritude histórica e temporal(Spartacus).

Breve Nota sobre o Comunismo Soviético

Em 19o5 houve uma grande agitação política na Rússia mas tal abortou devido à ausência de uma lideração efetiva. Tal foi denominada de "ensaio geral". Sofrendo imensa crise, a Rússia lutava na primeira guerra mundial como podia e Lênin(Vladimir Ulianov) prometera às autoridades alemãs que tiraria a Rússia da guerra. Assim, foi embarcado num trem sem escalas até a estação Filândia, de onde foi para a Rússia. O lema dos bolcheviques leninistas era "Pão, Paz e Terra". Com o colapso do front russo, soldados se rebelavam, executavam seus comandantes e vinham a pé, de bicicleta, a cavalo, de caminhão ou de trem para engrossar o efetivo revoltoso conjunto de descontentes que se avolumava nas cidades. Era então o ano de 1917 e a Rússia já estava fora da guerra. O palácio de inverno fora então tomado e a Duma fora dissolvida pelos marinheiros de Kronstadt, a ordem socialista começou a vigorar sob a égide de Lênin e seus epígonos. O comando geral soviético fora composto por cinco elementos, a saber, Lênin, Stalin, Trotsky, Bukharin e Zinoviev(os anarquistas da frota do Báltico e da Ucrânia(Makno, Voline e Arshinov) foram traídos e perseguidos, sofrendo inclusive um atentado. O exército russo fora dividido meio a meio com o exército vermelho e o ucraniano). Uma terceira internacional fora composta, o Comintern. Assim, partidos comunistas foram formados nos países da Europa, embora a social democracia alemã vergonhosamente participara da primeira guerra mundial e a revolução alemã em 1919 com Rosa de Luxemburgo a Karl Liebtnech abortara e nos seus despojos era fundada a república de Weimar, já comprometida com os militares e com a nobreza junker e, a partir da constatação da ausência de tradição democrática do povo alemão, verificou-se finalmente a ascensão de Adolph Hitler ao poder em 1933. Em 1936 eclodia a revoluçaõ espanhola, de nítidas características libertárias a qual fora severamente reprimida pelo general Francisco Franco auxiliado pelas forças militares nazistas. Esta guerra civil terminara em 1939, ano em que começou a segunda guerra mundial. Com o fim desta, a URSS dominara grande parte dos países do leste europeu, compondo o chamado "cordão sanitário"(ou a "cortina de ferro", para o Ocidente). Mas é a partir dos anos 50 que ocorreu uma grande transformação nos partidos comunistas da Europa, iniciando-se com o PCI(partido comunista italiano). Para este, a chamada "ditadura do proletariado" proposta por Marx e Lênin fora definitivamente excluída do contexto comunista italiano. Surgira então o eurocomunismo, o qual sequencialmente fora adotado pela França e pelos restantes partidos comunistas europeus. A partir de Antônio Gramsci que defendia a tese do "bloco histórico"(universalização do conceito de materialismo histórico de Marx), segundo a qual formas ou configurações historiais eram compostas e propostas ao longo do tempo, em "blocos" factualmente definidos a partir da visão histórica marxiana, o líder do PCI Togliatti propôs o conceito de "bloco de poder", o que possibilitaria possíveis alianças com outros partidos, inclusive com a direita italiana(hipostasiada na Democracia Cristã) num possível horizonte colorido onde o poder nos distritos municipais e nas cadeiras do parlamento era dividido). Assim, a esquerda mundial se revestiu de uma outra roupagem, assumindo a democracia como "valor universal" ao invés de defender possíveis formas históricas de ditadura de classe(finalmente, mesmo com essas mudanças no comunismo ocidental, seguiram como formas ortodoxas os comunismos cubano e chinês, os quais sobreviveram ao colapso da pretérita União Soviética. Aqui no Brasil, em determinado momento da esquerda nacional, o PCB assumiu orientação soviética e o PCdoB, maoísta(Spartacus).

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Breve Nota sobre o Maio de 68

À semelhança dos pretéritos anos 20, denominados "roaring twenties", os anos 60 foram de inaudita rebeldia, a grande agitação política e ideológica na França em maio de 1968 iniciou com uma única pedrada, quando estudantes da Sorbone começaram a enfrentar a polícia de choque também situada na frente da universidade. O regime autocrático do marechal De Gaulle nunca havia presenciado tanta ousadia. O Quartier Latin fervilhava, paralelepípedos eram arrancados das ruas e, junto aos coquetéis Molotov, eram arremessados contra os militares que tentava reprimir tais manifestações. Assim, estudantes, operários e damas da sociedade de colar de pérolas e tênis partilhavam posições nos confrontos de rua. Todos os partidos políticos, inclusive os comunistas e os socialistas foram achicalhados, apupados e rechaçados pelos estudantes revoltosos. Foram lançadas palavras de ordem como: "É proibido proibir" e "Sou marxista da tendência Grouxo". Os operários como aqueles das grandes fábricas francesas de automóveis(Renault, por exemplo), cruzaram os braços juntamente com outros setores trabalhistas na França. Cerca de um milhão de manifestantes cruzaram o Arco do Triunfo liderados por Daniel Con-Bendit, um estudante judeu-francês. As manifestações revoltosas se estenderam por algumas semanas e o caos social na sociedade francesa, a partir de sistemática oposição do governo gaulista, começou a arrefecer. As classes alta e média começaram a se indispôr com tanta desordem e enfrentamento e, aos poucos a vida social ia retomando a normalidade: o Maio de 68 projetara suas últimas luzes sobre a França. Destes dias lancinantes, restaram como legado além de uma aguda e penetrante consciência política revolucionária, inclusive algumas universidades livres que foram fundadas nos dias intensos rebeldes daqueles tempos. Con-Bendit teve como "companheiros de viagem" os filósofos franceses J.P. Sartre e sua companheira Simone de Beauvoir. Tal como as crises na Polônia, Theco-eslováquia e Hungria, a rebelião francesa de Maio de 1968 foi de incontestável signo libertário. A esquerda tradicional(inclusive aquela atribuída à URSS), apresentou-se como completamente inóqua e inclusive abertamente ridicularizada. Os estandartes negros do Anarquismo tremularam supremos em todos os quadrantes da França e mesmo reprimido severamente, o Maio de 68 deixou seu legado livre, aberto e incontestável(Spartacus).



quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Quatro Homens de Signo Libertário nos EUA

Refiro-me aqui a dois anarquistas ítalo-norte-americanos que se chamavam Nicola Sacco e Bartolomeo Vanzetti, os quais chegaram à América(1908) no início do século XX. Sacco nasceu em 1891 e Vanzetti nasceu em 1888. Ambos vieram em busca do sonho americano mas foram injustiçadamente acusados de roubo e assassinato, presos e executados em 1927 como alvos expiatórios. Na prisão, Vanzetti escreveu as seguintes linhas: "(...) meu bom Deus, sou um prisioneiro, não me envergonho em contar meu crime, meu crime foi viver em irmandade e somente o silêncio é vergonhoso".
Um grande lutador norte-americano da causa dos trabalhadores nos EUA chamou-se Joe Hill. Ele atuava no movimento sindical e foi morto numa emboscada armada pelos patrões. A canção popular diz: "(...) eu sonhei que vi Joe Hill noite passada, vivo como tu e eu, ele sorria com seus olhos para mim. Os patrões tramaram sua morte e o balearam mas Joe Hill não morreu. Quando os trabalhadores defendem seus direitos, lá você encontra Joe Hill".
Um outro grande homem de esquerda dos EUA foi John Reed, político e jornalista que presenciou in loco a revolução russa de 1917, inclusive engajando-se nela(ele escreveu a grande obra intitulada "Os Dez Dias que abalaram o Mundo"). John Reed era membro da IWW, uma grande organização internacional de trabalhadores na sua época.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

RES PUBLICA, RES POPULI

Edição de janeiro de 2009
"Quem são os assassinos dos índios brasileiros
Quem são os assassinos dos padres extrangeiros
ao Sol de Parador".
Enumero presentemente as situações recentes de corrupção na República das Bananas:
1) José Dirceu, Valdomiro Diniz e a Loterj;
2) Bersoini decretando que os idosos de 90 anos caminhassem até o posto de saúde para
se cadastrarem;
3) O caso do prefeito Celso Daniel;
4) A propina nos Correios;
5) O tesoureiro Danúbio Soares e seus acólitos na crise do mensalão;
6) O valerioduto;
7) O escândalo das sanguessugas;
8) O escândalo das ambulâncias;
9) A violação do sigilo bancário do caseiro por Palloti;
10) O escândalo do Banco Rural;
11) O escãndalo do BMG;
12) O emprego do dinheiro público por Benedita em viagens;
13) O escândalo dos dólares na cueca de um conhecido petista;
14) As contas em paraísos viscais(ilhas Jersey e Seychelles);
15) A absolvição de renan Calheiros no Senado;
16) A tentativa de Lula em preservar a CPMF negociando votos a favor;
17) A transferência da cobrança da CPMF para outra instância de tributação;
18) A má-fé relativamente à greve de fome do padre em oposição à transposição
do rio São Franscisco;
19) O crasso fracasso universal de todas as tentativas de CPI em geral;
20) O dossiê forjado contra os tucanos;
21) Acusações de corrupção à ex-primeira dama Rute Cardoso(cartão corporativo);
22) O escândalo da ministra Matilde no abuso do cartão corporativo;
23) A ONG sindical INFA recebeu R$ 4.6 milhões do INCRA sem prestar contas;
24) O ex-secretário do PT, Sílvo Pereira, recebe de uma empresa associada à
Petrobrás(GDK) um automóvel novo tipo Jeep;
25) A invasão da residência da viúva de Antônio Carlos Magalhães;
26) As mordomias aéreas dos ministros do PT em pleno caos aeronáutico;
27) A defesa de Lula à ministra Dilma quanto à sua ingerência nos dados contábeis
sigilosos do pretérito governo de FHC;
28) O linchamento ou incineramento político da ministra Marina Silva;
29) O envolvimento ilícito da ministra Dilma na venda da Varig;
30) A incômoda e perturbadora questão da operação Satiagraha;
31) A proximidade do Planalto com o caso Daniel Dantas;
32) Telefones grampeados inclusive o da ministra Dilma;
33) O envolvimento do ex-deputado Greehnhalh no caso Daniel Dantas;
Em todos esses escândalos repousa, direta ou indiretamente, a mão de Lula e o PT.
Entristece-me ver partidos históricos de esquerda, tal com o PC do B sobreviver de forma
tão subserviente com relação ao poder central do PT enquanto esse, sob a égide de Lula,
faz alianças diretas com os setores partidários mais conservadores da política nacional.
O PT não é mais o PT. Verifica-se categoricamente que o sindicalista Luís Ignácio da Silva
se corrompeu e traiu os direitos mais sagrados dos trabalhadores brasileiros. A quantidade
de corruptores e corrompidos perfaz 40 indivíduos, poderíamos denominá-los de "quarenta
ladrões", segundo o preciosismo vernacular do truculento Roberto Jefferson. Falta-nos um
Ali-Babá, o qual pode ser diretamente relacionado à figura do Presidente Luís Ignácio Lula
da Silva(Spartacus).

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Nota sobre a vida de Joan Puig I Elías

Joan Puig I Elías nasceu em Sallent(Catalunha) a 30-08-1898 e morreu a 05-09-1972 em Porto Alegre(Brasil). Estudou Magistério em Barcelona e se tornou mestre. Foi influenciado pelo racionalismo pedagógico de Francisco Ferrer e Guàrdia em sua escola moderna.
Participou da escola racionalista Farigola(1918) e criou a escola Natural em Barcelona, um centro escolar libertário, também uma colônia escolar e a revista Floreal.
Puig I Eulías afiliou-se e participou dos congressos da CNT defendendo o comunismo libertário e a base da revolução na forma de coletivizações.
Durante a guerra civil participou da comissão de cultura do conselho municipal de Barcelona, encarregando-se da coletivização do ensino no comitê da escola nova unificada(CENU), sendo subsecretário em abril de 1938 do ministério do ensino quando a CNT toma parte do governo estatal.
Internado em campos de concentração franceses após a derrota, participou da resistência contra os nazistas no batalhão Libertad. Em 1945, é secretário da organização do movimento libertário no exílio e em pouco tempo é nomeado secretário da cultura pela CNT no exílio. Em 1952, viaja à América e se instala em Porto Alegre, participando da sociedade espanhola de socorros mútuos e contra a repressão franquista.
Publicações:
Colabora com a revista Horizontes(1937);
Discursos e Conferências(1936);
Origem da Festa de Natal(1938);
O Homem, o Meio e a Sociedade;
Os Fatores Determinantes da Conduta do Indivíduo(1970);
Em Junho de 2008, é homenageado com seu nome numa placa, fundando-se o Centro Cultural Joan Puig I Elías.
(Outubro de 2008).

Os Anarquistas e a Expressão Política Social

Porto Alegre, 19 de novembro de 2008.
Nós(Spartacus), há alguns meses atrás, entramos com representação no Ministério Público a fim de tentar viabilizar uma possível ou virtual possibilidade de obter espaços na mídia em tempos eleitorais, às quais se encontram liberados exclusivamente os partidos políticos de status representativo tradicional, com inscrição padrão nos Tribunais Eleitorais. Para aqueles é reservado espaços no rádio e na TV em tempos eleitorais ou mesmo fora destes. Os partidos políticos se assemelham aqui a estruturas comerciais, podendo comprar espaços na mídia ou então recebê-los gratuitamente por concessão do Estado, sendo estes últimos o que nos interessa. Pensamos que os anarquistas, seus sindicatos, agremiações corporativas e ONGs associadas poderiam participar e partilhar junto com outras forças políticas de espaços radiofônicos e televisivos, mesmo, no caso dos anarquistas, defendendo ou apregoando o fim, a extinção ou a derrubada do próprio edifício do Estado, a universalidade do voto nulo e a negação total da política praticada tradicionalmente. Acredito que o Brasil vivencia um regime democrático formal e podemos, nós brasileiros, transcender a própria democracia como ditadura da maioria para o estágio da plena liberdade e assim, de acordo com esta, permitir que os anarquistas possam também participar do horário eleitoral gratuito no rádio e na TV, sem precisar ser estritamente partido político tradicional, mas conservando sua essência de coletivos anarquistas, sindicatos libertários e ONGs de tipo ácrata em geral.

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O Anarquismo Local e as Eleições Republicanas

Mais uma vez o Movimento Anarquista de Porto Alegre perdeu a oportunidade de apregoar suas idéias mais caras, a saber, a crítica ao Estado, não só o burguês mas aquele latu sensu e a difusão da proposta do voto nulo, opondo-se aberta e deliberadamente à política republicana e estatal fundada no neoliberalismo e na pseudo-modernidade sob a égide do Partido dos Trabalhadores, de Lula e seus acólitos partidários e epígonos que gravitam estando em órbita num sistema com ênfase no poder executivo regido pelas iniciativas das medidas provisórias(equivalentes do decreto-lei dos tempos da ditadura). O Estado brasileiro nunca esteve, desde a ditadura militar, tão sólido e tão coeso. Lula leva a cabo o seu segundo mandato federal com 80% de popularidade e aceitação nacional global, preparando a ministra Dilma como sua possível sucessora, para um terceiro mandato petista no Planalto. Isso, da universalidade quanto à aceitação do PT na atual política republicana brasileira tem se dado dentro de um quadro, paradoxal e ironicamente, de corrupção política e nepotismo inauditos, somando-se mais do que 40 escândalos no mandato petista de 6 anos, desde o caso de José Dirceu e Valdomiro Diniz na Loterj até o caso Daniel Dantas. Comparando-se com a histórica da política universal, só o regime francês do Diretório podia ser considerado em termos de corrupção e outras cobras e lagartos ainda mais monstruosos. Contudo, vê-se que o povo brasileiro, além de fiel aos seus candidatos históricos tambérm promove a alternância democrática no poder, assim como Lula está em segundo mandato no Governo Federal, também aqui em Porto Alegre o PT esteve 16 anos na Prefeitura.Nesta última eleição municipal, para prefeito e vereadores, aqui em Porto Alegre, enquanto José Fogaça defendia a "casa arrumada", Manuela compunha colorida aliança substituíndo a foice e o martelo pela cor roxa, Luciana Genro pregava o combate universal à corrupção, Maria do Rosário chamava mais um voto de confiança para o PT, Onyx Lorenzoni defendia o transporte coletivo mais barato, Marchezan defendia por sua vez a saúde pública e o candidato do PHS propunha o trem do litoral a Porto Alegre. Contudo, o que, por sua vez, fez o Movimento Anarquista de Porto Alegre? Absolutamente nada. Nós, os anarquistas da capital gaúcha, temos o necessário e suficiente para apregoar nossa causa, a saber, temos pessoal, material de propaganda e no mínimo uma sede municipal. Por exemplo, praticamente todos os partidos políticos participantes fizeram campanha política no Brique da Redenção, montaram suas barracas, penfletearam, venderam bótons, livros e camisetas, debateram, mostraram suas idéias e propostas, em suma, venceram seus peixes, como no ditado popular. Contudo, nós, anarquistas, o que fizemos de relevante nessas eleições? Nada. Até os Mormons e sua política propagandista tipo yankee têm apresentado mais eficácia e objetividade. Assim, mais uma eleição passou, Fogaça foi eleito novamente e nós perdemos mais uma oportunidade de mostrar nosso pensamento e chamar o nosso paradigma (anti-)político fundamental, a saber, a não-política, a oposição a todas a formas de poder político, ao Estado, seja burguês ou "operário"(ditatorial de esquerda) e o chamamento universal ao voto nulo. Todavia, estamos praticamente descolados do contexto político local e global, urbi e orbi, nosso sindicato, a COB, tem se movimentado numa visível marcha lenta, desmotivada e sem perspectiva de inserção no horizonte sócio-político brasileiro e sua política republicana. A eleição municipal passou e se tivéssemos um sindicato de raízes profundas nas bases dos trabalhadores poderíamos, chamar ao voto nulo e assim arregimentar não só alguns milhares mas milhões daqueles votos. Tais consistem num interrogante perturbador à política de Estado, o poder estatal teme o voto nulo, por tudo o que ele representa de ameaça àquele poder constituído, de fato, o Estado faz muita questão em promover a "educação política" do povo através da obrigação ao comparecimento às urnas. Nós, anarquistas, podemos passar pela experiência política de negar a verticalidade do Estado através de comitês libertários por todo o território nacional. As próximas eleições não podem passar em brancas nuvens, temos que nos motivar e atuar nas cidades e estados desse Brasil continental, através da idéia e prática do Anarquismo Universal, promover a emancipação do povo brasileiro, dos grilhões do Estado burguês e do Capital, inclusive do canto de sereia dos partidos e sindicatos ditos socialistas e comunistas de todas as matizes que insistem em viver em coexistência política e ideológica com o Estado total e suas miragens políticas(Spartacus).

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Os Anarquistas e as Garantias de Expressão Pública

Segue abaixo uma apresentação de cláusulas da Constituição Brasileira de 1988
referentes à universalidade da expressão política e ideológica:
Título I, Art 3 - (constituem objetivos fundamentais) promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação;
Capítulo I, IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;
XXXIV - a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais;
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
Capítulo V, Art. 220 - a manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a comunicação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o dispositivo nesta Constituição;
1) nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à plena liberdade de informação jornalística, em qualquer veículo de informação social, observado o dispositivo no Art.5, IV, V, X, XIII e XIV;
2) é vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica ou artística;
5) os meios de comunicação social não podem, direta ou indiretamente, ser objeto de monopólio ou oligopólio;
6) a publicação de veículo impresso de comunicação independe de licença de autoridade;
Capítulo III, Seção I, Art. 206 - II (há) liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;
III - (há) o pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas(...);
Ato das Disposições Constitucionais Transitórias -
Art.2 - 1) será assegurada gratuidade na livre divulgação dessas formas(de governo) ou sistemas, através dos meios de comunicação de massa cessionários de serviço público;
A partir desse aparato legal, intenta-se fundamentar a aceitação de uma participação política eleitoral por parte de fatores ideológicos transpartidários, segundo as propostas programáticas das associações, agremiações, sindicatos e ONGs de caráter libertário(o documento ácrata abaixo foi endereçado ao Ministério Público e também ao Tribunal Regional Eleitoral - RS, esse último não fornecendo resposta até agora).

Voto Nulo, Paradigma Político Libertário

(este presente texto foi encaminhado ao Ministério Público e ao TRE-RS a 21-12-2005)
A história do escrutínio eleitoral é muito antiga. Na Grécia pretérita, os cidadãos decidiam as coisas comunitárias, inclusive a paz e a guerra, em praça pública. Contudo, só o status da cidadania permitia a participação política, as praticas econômicas laborativas eram atributos dos escravos(segundo Hegel, não havia "particularização da necessidade") e embora existisse o Senado na República Romana, havia a figura do imperador e o povo em geral não tinha plena participação política(o chamado "tribuno do povo" representou uma tentativa de equilibrar as forças políticas da República e tal posto tinha como objetivo a defesa das mais autênticas causas populares). A prática política democrática na antiguidade pode ser comparada com a aclamação participativa quew ainda existe em alguns cantões suíços(em plena idade moderna, existia também democracia em Genebra). Mais tarde, por exemplo na Inglaterra, devido ao fato de que os representantes do povo terem que trabalhar para sobreviver, foi criado o mandato político remunerado para políticos de origem popular. As repúblicas modernas através do modelo iluminista francês(Montesquieu), substituíram a assembléia permanente(Russeau) por representantes eleitos de forma indireta e delegada(os "comissários do povo"). Assim, a modernidade conheceu o sufrágio universal. Nessas democracias, através de célula de papel ou urna eletrônica(atualmente no Brasil), os representantes populares são eleitos. Se o voto definido sobre dado candidato o habilita ao poder de Estado em suas câmaras de representação em todos os níveis, o voto em branco simplesmente indica a aquiescência com a configuração de poder vigente, já o voto nulo, como uma terceira via, indica historicamente a incompatibilidade ou negação do sistema político vigente e presente em sua universalidade, sendo pregado, divulgado e praticado exclusivamente pelos anarquistas ou libertários através da história universal da política dos povos, em todos os tempos. Tanto o voto eletivo("positivo" ou aquele que elege alguém) ou o voto em branco, podem ser abandonados pela ênfase ao voto anulado, representando uma alternativa política expressiva a qual apresenta inclusive foros de legitimidade política participativa. Por conseguinte, se os políticos, através de campanhas eleitorais nos órgãos de comunicação social, intentam se eleger ou serem guindados ao poder, também os anarquistas deveriam ter o direito de expressar suas idéias e sua ideologia, mesmo que elas indiquem ou sinalizem a intenção da destruição total do sistema político existente. A essencialidade da negação da política universal é representada na prática pelo engajamento na defesa do voto nulo em toda a sua generalidade política e ideológica. Assim, esse breve opúsculo solicita graciosamente a inserção dos coletivos anarquistas na propaganda eleitoral , mesmo para cabalmente pregar e divulgar o voto nulo na defesa da ruína derradeira do sistema capitalista e patronal, em todos os seus níveis políticos, econômicos, sociais, estamentais, ideológicos e existenciais, assumindo-se o voto nulo e as suas práticas co-adjuvantes e consequentes as quais levariam à derrocada final da sociedadecda exploração do homem pelo homem. A assumida nulidade do voto e sua divulgação já devem ocorrer nas primeiras luzes da revolução total advogada pela esquerda histórica em todos os tempos ou épocas da vida social das comunidades humanas na universalidade historial dos povos e das nações. Assim, os anarquistas devem ter o direito inalienável de confessar suas idéias publicamente mesmo se elas signifiquem o fim e a ruína de todo um mundo presente de exclusão e exploração sociais.
Respeitosamente, subscrevo-me.
Spartacus

Documento Libertário ao Ministério Público

Porto Alegre, 4 de janeiro de 2009.
Às Egrégias Autoridades
do Ministério Público:
Venho aqui pelo presente levantar uma questão político-ideológica com relação à representação de agremiações as quais são liberadas nos órgãos de comunicação social com o fim de exercer a performance de propaganda necessária à competição eleitoral em nossa República Federativa que vivencia histórica realidade democrática. Se a democracia é o poder político da maioria, falo aqui em liberdade a qual representa uma extensão positiva do regime democrático, tal como supremo e final estágio político nas sociedades que podem ser chamadas modernas. Verifica-se historicamente que que as organizações que exclusivamente competem nos pleitos políticos republicanos são os partidos políticos estabelecidos como tais. O partido político histórico visa invariavelmente ao poder de Estado e assim após o processo de escrutínio, legalmente dado partido é nomeado como governante universal se obtiver o maior número de votos angariados no pleito em questão. Contudo, uma facção político-ideológica que se encontra assim excluída das eleições gerais é propriamente os chamados libertários ou anarquistas os quais negam fundamental e abertamente o poder de Estado. Assim, se fosse permitido aos anarquistas de pronunciarem nos intervalos de propaganda política, certamente e invariavelmente, não concorreriam ao poder de Estado mas promoveriam sua cabal negação, como oposição à estrutura fisiológica político-partidária que é o próprio Estado. Obviamente, a tarefa a qual seria atribuída à propaganda anarquista nos meios de comunicação seria negar veementemente o poder político, seus sucedâneos e avatares. Assim, mesmo assumindo uma posição política de refutação ao poder de Estado e suas estruturas executivas, legislativas e jurídicas em sua ênfase eletiva e consequentemente administrativa, acredito que a propaganda libertária tem como um direito presente e inalienável de se apresentar na comunicação de propaganda eletiva social de modo a ostentar autonomia e independência político-ideológicas. Finalmente, solicita-se, com base neste argumento aqui lavrado que categoricamente os anarquistas, como inimigos históricos do Estado e do poder político, devem ter - compondo-se como uma ONG - direito de voz e expressão no processo universal de escrutínio em nossa sociedade política, mesmo através de sua cabal negação. Não que se organizaria um "partido anarquista", mas de ofertar às agremiações de cunho libertário a franquia de manifestar abertamente suas idéias, mesmo não concorrendo derradeiramente ao poder político do Estado na sociedade civil política e ideologicamente constituída. Rogo para que nossas Autoridades do Ministério Público considerem essa proposta aqui levantada de modo imparcial, franco e aberto.
Respeitosamente,
Spartacus

Documento do Ministério Público 1

Subprocuradoria-Geral de Justiça para Assuntos Institucionais
Gabinete de Assessoramento Eleitoral
PR 01128.00038/2009-4
Trata-se de representação formulada pelo Sr. (Spartacus) na qual o mesmo solicita , em síntese, medidas no sentido de permitir que os anarquistas tenham direito de voz e expressão no processo universal do escrutínio, mais especificamente, nos intervalos da propaganda política.
A legislação eleitoral somente permite a propaganda gratuita de partidos políticos e candidados regularmente inscritos perante a justiça eleitoral.
Outrossim, não há lei obrigando as empresas de comunicação a cederem gratuitamente espaços comerciais aos defensores desta ou daquela ideologia. Por outro lado, não tem o Ministério Público legitimidade para propor criação ou alteração de leis a fim de atender ao solicitado pelo representante.
Of. Gab.Eleitoral No 03-09 Porto Alegre, 26 de janeiro de 2009.
Pelo presente, encaminho cópia da inclusa determinação de arquivamento para ciência.
Atenciosamente,
Daniel Sperb Rubin
Promotor de Justiça
Coordenador do Gabinete de Assessoramento Eleitoral

Documento do Ministério Público 2

4a Promotoria de Justiça dos Direitos Humanos -Núcleo dos Direitos do Cidadão
Of. 4a PDDH/0063/2009 Porto Alegre, 16 de janeiro de 2009.
Ref. Procedimento SGP (AT) No 0008/2009.
Prezado Senhor:
Pelo presente, informo que o Procedimento (AT) No 0008/2009, relativo à Propaganda Eleitoral , foi remetido, com promoção declinatória inclusa, ao Gabinete de Assessoramento Eleitoral(Av. Aureliano de Figueiredo Pinto, 80, 13 andar, Torre Norte, fone: 32951205.
Atenciosamente,
Renoir da Silva Cunha
Promotor de Justiça
4a Promotoria dos Direitos Humanos - Núcleo dos Direitos do Cidadão

sábado, 21 de fevereiro de 2009

A crise atual e a postura dos trabalhadores


O capitalismo devido à sua própria natureza comporta crises periódicas e históricas. Isso ocorre não de maneira superestrutural mas devido a sua própria essência. O fator gerador primário das crises desse regime econômico se resume na crise de confiabilidade dos mercados de capitais e das instituições econômico financeiras em geral. A explicação é simples: quando os papeis dos investidores são afetados por um grau suficientemente intenso de desconfiabilidade, os seus portadores correm em massa às Bolsas para deles se desfazerem assim tornando-se tais destituidos de qualquer valor. É assim que se define confiabilidade no capitalismo, deste modo aconteceu no ano de 1929 (EUA) se agravando por toda a depressão dos anos 30 (verifica-se que só na segunda guerra mundial os países capitalistas, principalmente os EUA, superaram a crise).

A crise atual que se originou a partir do segundo semestre de 2008. Iniciou com a crise específica das hipotecas no mercado norte-americano; logo, se espalhou no sistema bancário como uma virose e o primeiro banco que naufragou foi aquele que comprava dividas falidas. Imediatamente o Sistema reagiu dramática e negativamente com o arrefecimento da atividade econômica e, diminuição da produção, do crédito e do investimento, por parte do Capital e com o desemprego universal por parte dos trabalhadores que tem vivenciado nesses dias a perda dos seus direitos trabalhistas mais sagrados com demissões, redução de salário e férias forçadas. Nesse mês de fevereiro o Sistema Capitalista já se encontra globalmente em recessão com os índices de crescimento econômico reduzidos e comprometidos.

Qual será o papel dos trabalhadores e de suas entidades de representação? Fortalecer os laços categóricos que ligam os trabalhadores e os constituem como Classe específica no interior do Sistema. Por exemplo se tivessemos uma organização mundial do trabalho que fosse integralmente representativa de todos os trabalhadores sobre a superfície do planeta (como reivindica a própria AIT), um dia sòmente de greve geral, como antídoto universal bastaria para voltar a economia mundial ao prumo (e também a aprovação unánime do protocolo de Quioto!).

Históricamente os trabalhadores têm tentado se organizar mundialmente criando por exemplo as quatro internacionais e uma multiplicidade complementar de sindicatos nacionais ou mesmo internacionais (a histórica IWW, por exemplo). Se os sindicatos de trabalhadores se associassem no nível paroquial ou local, distrital, regional, nacional, continental e mundial ,uma Greve Geral repito, durando apenas um dia, causaria tamanho dano ao Capital que as concessões dos capitalistas amedrontados seriam muito maiores do que as migalhas estamentais fornecidas aos trabalhadores no processo social laborativo (Spartacus).

Sinopse da "Revolução dos Bichos" de G. Orwell

Existia uma fazenda onde viviam muitos bichos de tipo doméstico, tais como cães, gatos, patos, galos, galinhas, pintinhos, bois, vacas, cavalos, éguas, porcos, passarinhos e outras espécies. Esses animais, subjugados pelos homens, sofriam muito sendo dominados pelos fazendeiros. Assim, eles, os bichos, se organizaram e, sob a égide da igualdade animal, compuseram uma associação a qual defenderia os animais da opressão humana. Essa associação era mista e representativa, e deste modo, agindo em grupo, os bichos venceram o controle dos homens e se tornaram soberanos na sua própria fazenda. Contudo, segundo dado processo ideologicamente convincente
o poder total foi caindo nas maõs dos porcos que, mais e mais, tomaram conta do governo da república dos bichos. O seu passo final foi se apoderar da antiga casa-sede dos humanos e, excluindo os demais bichos, se auto-impuseram como poder absoluto e geral. Assim, dentro da casa celebraram sua revolução suína. Estando situados do lado de fora daquela casa, os demais animais presenciavam boquiabertos que aqueles porcos que brindavam o poder se assemelhavam mais e mais com aqueles seres humanos que num dia pretérito foram poder. Essa obra escrita por George Orwell denominou-se "A Revolução dos Bichos"(Spartacus).

Alguns nomes de grandes anarquistas

Podemos enumerar os seguintes eminentes anarquistas:
Bakunin, Malatesta, Proudhon, Tostói, Oscar Wilde, George Orwell, Kropotkin, George Woodcock, Daniel Guerin, Alex Confort, Herbert Read, Emma Goldman, Peter Arshinov, Voline, Nestor Makno, Durruti, Paul Goodman e Alexander Berkman, por exemplo.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

O Anarquismo e o Comunismo Marxiano

A idéia do comunismo como regime político, econômico e social ideal para a humanidade é muito antiga. Desde a antiguidade clássica houve pensadores com ideação comunista. A democracia na cidade antiga(gregos) poderia referir à igualdade comunal, embora, segundo Hegel, os únicos que
trabalhavam nela fossem os escravos(não havia "particularização da necessidade", segundo esse filósofo). Na revolução francesa houve uma tendência à igualdade total proposta pelo revolucionário Graco Babeuf que atuou na chamada "revolta dos iguais". Já no ´seculo XIX, surgiram os denominados "socialistas utópicos", entre eles Saint-Simon, Fourier e Owen os quais eram mais sonhadores do que revolucionários realistas. Os anos de 1930, 1848, 1968 e 1870 foram plenos de conflito e espírito universal de mudança. Aquele século não conheceu nenhuma experiência de comunismo a não ser a denominada "Comuna de Paris", que durou 100 dias. Naqueles tempos, Karl Marx e Friedrich Engels formularam o "socialismo científico" com base filosófica(os materialismos histórico e dialético para a história e a filosofia, respectivamente(um outro revolucionário chamado Blanqui também assombrava a Europa de então). Marx propunha que deveria haver uma intermediação entre o capitalismo e o comunismo, o chamado socialismo onde seria implantada a "ditadura do proletariado" e a sociedade seria regida pelos conselhos de operários, soldados e camponeses(os "soviets"). Contudo, o representante anarquista na primeira AIT(Associação Internacional dos Trabalhadores), Mikhail Bakunin, advogava a extinção imediata do Estado e do regime de heranças. Bakunin pregava a não-existência total do contexto mediador representado pela ditadura do proletariado, afirmando que "o caminho para a liberdade é a própria liberdade". Assim, Anarquismo e Marxismo colidiram de frente e isso acarretou o colapso daquela primeira internacional. Os marxistas soviéticos e trotskistas ficaram com a terceira internacional(o Comintern) e a quarta internacional, respectivamente, essa última
dividida entre alguns setores determinantes, a segunda internacional por sua vez ficou com a social-democracia universal(Spartacus).

Os Anarquistas e a Questão Ambiental

O sistema capitalista e os regimes de socialismo real(agora livrementes em extinção) e a preservação do meio-ambiente sempre foram historicamente antagônicos ou associativamente complementares. O Planeta Terra está profundamente enfermo, pede ajuda dramaticamente. A quantidade de poluentes artificiais despejados diariamente em rios, lagos e oceanos ou ainda enterrados abaixo dos solo ou mesmo irresponsavelmente abandonados a céu aberto é algo numericamente assustador. O chamado Protocolo de Quioto não mais representa do que uma tentativa tímida ou franzina de fazer frente à poluição geral. A postura dos EUA, primeiramente se negando a participar da Rio 92 e, atualmente, sob o pretérito governo Bush, não se comprometendo a reduzir a atividade poluidora de suas indústrias, tal comportamento da América do Norte e inclusive da Europa(veja poluição de rios como o Reno ou ensaios nucleares realizados por países como a França(em Mururora, na Polinésia ou, no passado, em Bikini), compõem um horizonte ecológico no mínimo terrível. Atualmente, praticamente todos os centros de pesquisa nucleares no planeta associam energia pacífica com a bomba. Além dos EUA e Rússia, países como os europeus, a Coréia do Norte, o Paquistão, a Índia e o Irã nos dias de hoje ostentam um poderio bélico atômico: a bomba de fissão, a de fusão e aquela de nêutrons ameaçam dramaticamente a paz mundial. Voltando à poluição industrial, eventos universais como o Efeito Estufa e abertamente o Aquecimento Global estão progressivamente aumentando a temperatura dos mares, e oceanos e da atmosfera, inclusive expandindo o volume das massas líquidas sobre a Terra, de tal modo que se prevê inundações de grande proporção no norte do planeta, tal como a submersão do território inglês e na América do Norte, provocando uma grande migração forçada de povos para o sul da Terra. As calotas polares também terão os seus dias contados se nada for feito para parar o Aquecimento Global. Fenômenos atuais como os furacões, tornados, ciclones, grandes inundações, gelados invernos e ardentes verões, aumento visíveis e radicais das temperaturas no globo, tudo isso indica um fim terrível para a história de nossa morada planetária que é a Terra. Verifica-se que os poderes políticos e diplomáticos dos Estados das nações contemporâneas se mostram impotentes para a resolução desse invariante destino trágico. Os anarquistas tem um projeto positivo para as agressões ao meio-ambiente. Para estas e muitas outras coisas, um antídoto livre, aberto e poderoso seria a possível implantação de um Sindicato Mundial congregando a totalidade dos trabalhadores sobre a superfície do planeta Terra. Finalizo dizendo que um dia de greve universal comandada por esse Sindicato Mundial acarretaria tamanho prejuízo ao capitalismo que imediatamente o Protocolo de Quioto e outras medidas ainda mais positivas e objetivas seriam assinadas na manhã seguinte! Esse exemplo nos indica o quanto é valiosa a coordenação anárquica entre os países e seus trabalhadores e quão inócuas são as tentativas estatais de solucionar as questões internacionais sem escutar as vozes que provêm do universo do trabalho e seus anseios de liberdade, solidariedade e paz universais(Spartacus).

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

A Natureza Essencial do Anarquismo

Não existe na história humana forma de organização socialc mais completa e perfeita do que o Anarquismo possa implantar na face da Terra. Isso se dá somente pelo fato de que nenhum poder superior aos homens pode subjugar-lhes ou controlar-lhes sob a égide do Anarquismo. A realidade jurídica ácrata também é perfeita, assim como o homem deve se guiar segundo a sua própria consciência, ele também, como réu, deverá decidir sua condenação possível a partir daquela mesma. Um militar brasileiro, não importando se fora anarquista ou não, pronunciou a seguinte sentença:(...) É fácil comandar homens livres, basta indicar-lhes o caminho do dever". O mundo sob o Anarquismo será livre e fraterno, também chamado Comunismo Utópico" final, onde não haverá mais necessidade da existência do Estado, o que é buscado tambem pelos marxistas, sob a diferença que para os anarquistas, a derrocada do poder estatal deve ser imediata ou sem mediação embora que para estes últimos seria necessário uma etapa transitória, definida como o Socialismo onde se estabeleceria a "ditadura do proletariado". Esse confronto de idéias dilacerou a primeira Associação Internacional dos Trabalhadores, provocada essa ruptura pelo debate destrutivo e auto-fágico entre Karl Marx e Mikhail Bakunin(atualmente, essa primeira AIT preservada tem natureza essencialmente anarquista). Historicamente, os episódios de Kronstadt, Ucrânia e da Revolução Espanhola têm indicado a possibilidade real de se implantar um regime do tipo anárquico na sociedades humanas ao redor do globo terrestre. Se devemos sonhar sonhos, não os sonhemos pela metade mas por completo, assim os anarquistas deverão sempre ser considerados os "Assaltantes dos Céus"(Spartacus).

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

A Realidade Universal do Anarquismo Histórico

O mundo contemporâneo está enfermo. Enquanto o capitalismo promove uma gigantesca desorganização econômica e social, com reflexos políticos e sobre a existencialidade dos seres humanos, na forma da alienação, as nações se debatem em guerras entre irmãos, co-moradores que são na superfície do planeta Terra. Vivenciamos uma gravíssima crise econômica mundial, as empresas e os trabalhadores sofrem com bancarrotas e com o desemprego geral, destrói-se países inteiros e depois investem-se em suas respectivas construções. Depois dos EUA, o Paquistão, a Índia, o Irã e a China sinalizam com a perigosa tecnologia nuclear. Os Estados nacionais, conforme as palavras de Mikhail Bakunin, "destrói, alienta e deprava a sociedade humana e só reconhece alguma humanidade dentro dos limites de suas próprias fronteiras". Segundo as teses libertárias, o Estado se constitui num nível a ser historicamente superado e assim o regime políticos e social anarquista ou ácrata deve ser implantado finalmente na sociedade humana em nosso planeta. Assim, a exploração do homem pelo homem deve ser extinta e os seres humanos viverão em paz, fraternidade e apoio mútuo. Antes de obter esse estado social sublime, a prática anarquista deve se basear na auto-gestão e na ação direta, posturas que definem o Anarquismo histórico, de Bakunin e Kropotkin a Malatesta e Guèrin. Tomemos, por exemplo, a guerra no Iraque ou na faixa de Gaza. Se existissem menos Estados e mais organizações livres de trabalhadores, se os operários se organizassem em um Sindicato Mundial, num único dia de greve total, o capitalismo geral perderia bilhões de dólares e isto forçaria os patrões burgueses e seus Estados a suspenderem imediatamente as hostilidades entre aqueles Estados. Pense nisto, pense na possível universalidade do movimento libertário e sua imensa potencialidade virtual(Spartacus).

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Companheiros lutem contra o facismo e a ignorância!

O século XXI chegou cheio de promessas e modernidade. Contudo, para o cidadão comum, o trabalhador, nada mudou. Quando o empregado é mantido à rédea curta pelo patrão, sob o eterno medo do desemprego, da sarjeta, quando o desempregado se submete a todo tipo de trabalho, sem direitos e com baixa remuneração, estigmatizado no sub-emprego. Enquanto isso, toda a classe trabalhadora vai perdendo direitos historicamente adquiridos, principalmente nesses tempos de crise mundial global do capitalismo universal(atualmente, em 2009), de fato, a vida humana vai mais e mais perdendo o valor, sob crescente violência e alienação social, resultados da fome e da miséria gerais. O próprio poder de Estado, com suas milícias, polícias e comissariados assassinam, depravam, torturam e matam de fome, mantendo seres humanos como em matadouros e em prisões superlotadas. Toda essa violência, a saber, se dirige, principalmente, aos grupos mais fragilizados da sociedade, os pobres, os sem-terra, os sem-teto, os sem-tudo, as mulheres, os negros, as minorias étnicas e confessionais, os homossexuais e os desempregados, os prisioneiros e também os trabalhadores em sua cabal universalidade. Assim, o facismo e a ignorância imperam e dilaceram a sociedade humana covardemente, continuamente e em todos os sentidos possíveis. Lute contra o fascismo e a ignorância, tentem neutralizar o poder de Estado, com desobediência civil, auto-gestão e ação direta, seja um autêntico libertário, levando a proposta do Anarquismo no peito, seja um lutador revolucionário autêntico contra a miséria, a alienação e a exploração realizadas sobre o trabalhador e grupos excluídos pelo sistema capitalista da burguesia e pelos poderes totalitários de esquerda vigentes.
(Spartacus)

Nota sobre a Vida de José Augusto Guardía

O anarquista José Augusto Guardía nasceu em Barcelona, na Catalunha, em 1903 e faleceu em Porto Alegre em 1994. Ele foi um auto-didata, aprendeu a ler e escrever nos panfletos anarquistas. Casou-se com uma moça chamada Mercedes, ainda na Espanha, teve um filho doente que veio logo a falecer. Trabalhou na Espanha em uma cervejaria, fez vários ofícios, aqui no Brasil inclusive, também foi pedreiro e fotógrafo. Participou das 33 horas de Barcelona, na cervejaria em que trabalhou adotou com os outros operários o regime da auto-gestão e a prática da ação direta, características fundamentais da militância anarquista. Após a instauração do regime franquista, fugiu para a França e naquela ocasião se perdeu de Mercedes. Unidos novamente, acabaram viajando para o Brasil, onde se estabeleceram em Porto Alegre, na rua Miguel Tostes. Nos anos em que ali viveu, articulou o movimento anarquista principalmente entre os mais jovens que vinham à sua casa aprender com seus conselhos e orientações programáticas. Já com 91 anos de idade, diabético e com necessidade de cuidados especiais, num dado dia, em seu apartamento naquela dada rua em Porto Alegre, tomou seu café da tarde, ingeriu sua medicação, deitou-se para descansar e morreu dormindo. Nunca nos esqueceremos daquele sisudo embora simpático velhinho que um dia, no salão da Sociedade Espanhola de Socorro Mútuos perguntou a um jovem interessado no Anarquismo: "(...) conóces las ideas de Bakunin?".
(Augusto Guardía tinha como companheiro de luta um outro militante idoso chamado Rafael o qual vivia em Viamão, consertava guarda-chuvas e formulava os seus próprios panfletos).
(Spartacus)

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Uma História Pessoal do Anarquismo

Num dia pretérito conheci um anarquista aqui em Porto Alegre. Ele era estudante da UFRGS como eu. Engressara naquela unversidade em 1981, quando muitos estudantes se engajavam na legalização do recém-criado Partido dos Trabalhadores(PT, em 1980). Eles coletavam assinaturas na porta do restaurante universitário. No segundo semestre aconteceu a chamada greve do RU, com os estudantes ocupando aquele restaurante por quase uma semana. Também participavam militantes dos partidos comunistas e do PMDB. Naqueles dias, nos debates abertos entre os estudantes de diferentes facções, ele já tinha optado pelo anarquismo no primeiro ano de vivência na universidade. Ali ele conhecera outros anarquistas, principalmente das ciências humanas e das artes cênicas. Ele trabalhava num laboratório da Engenharia e um dia se interessou pela revolução espanhola. Assim, foi até a sociedade espanhola de socorros mútuos e numa tarde ensolarada do verão de 1982, subindo a escadaria daquela sociedade, perguntou a um velhinho bem trajado que vinha em sentido contrário sobre alguma testemunha daquela guerra civil. Imediatamente mudando seu sentido, subiu de volta a escada e o conduziu até um grande salão anexo. Ali, aberta e suscintamente, perguntou-lhe: "(...)conõces las ideas de Bakunin? Veio a saber mais tarde que ele tinha sido um revolucionário anarquista espanhol refugiado no Brasil após o regime ditatorial de Francisco Franco, implantado na Espanha a partir de 1939, quando da derrocada das forças de esquerda na Espanha. Ele morava sozinho na rua Miguel Tostes, não chegou a conhecer a sua esposa, que falecera pouco tempo atrás antes de travarem conhecimento. Esse ano de 1982 foi fecundo para a atividade militante daquele colega da UFRGS. Abandonando o laboratório onde trabalhava, ele associou-se a um casal de anarquistas que vendia pequenas brochuras de orientação revolucionária anarquista em bares e restaurantes noturnos. Naqueles dias ocorria a guerra imperialista das Ilhas Malvinas, a luta do sindicato Solidariedade na Polônia e as eleições para governador, primeira após 23 anos de ditadura no Brasil. Nas vésperas dessa eleição, esse meu amigo contou-me que organizou a projeção da película "Libertários", locada de São Paulo no anfiteatro da faculdade de arquitetura. Compunham ele e seus asseclas um pequeno embora muito ativo coletivo anarquista que agia como minoria ativa junto aos estudantes daquela universidade. Contudo, sua vivência existencial estava muito conflituada e empobrecida, esse bom amigo estava adoecendo emocionalmente. Ele passou então por várias internações psiquiátricas, teve que abandonar a universidade, casou mais tarde mas no geral nunca foi mais o mesmo. Contudo, mesmo a morte do amigo anarquista espanhol não o fez abrir mão da ideologia e pensamento anarquistas e até hoje frequenta um coletivo libertário na sua cidade de origem. Restou assim a lembrança de um cartaz dos tempos da guerra das Malvinas que mostrava frontalmente uma dona de casa fazendo compras no supermercado com uma criança e no fundo a imagem de Adolph Hitler discursando. Em baixo a sentença: "não nos deixemos tragar pelos politiqueiros e sua demagogia lodosa. Não vote nunca mais."(Spartacus).
Contudo, o Anarquismo

Comentários Essenciais ao Anarquismo

A doutrina e prática anarquista nasceu provavelmente na revolução francesa, se consderarmos a chamada "revolta dos iguais" liderada por Gracoo Babeuf, como já citado num artigo anterior aqui apresentado nessa presente coletânia. No século XIX, com a superpopulação proletária, co-adjuvante ao desemprego e concomitante tensão social, surgiram, em resposta à exploração capitalista, um número variado de ideologias de libertação dos trabalhadores, sonhos ideológicos de emancipação social, política e econômica, também existencial. O sentido de vida dos proletários seria então projetado a um futuro redentor possível, onde a exploração do homem pelo homem não mais aconteceria. Assim, nesta mesma Europa, surgiu o socialismo e suas múltiplas matizes, seus sucedâneos e avatares, tais como o denominado "socialismo utópico" de Fourier, Owen e Saint Simon, o blanquismo, hipostasiado na figura pessoal do revolucionário chamado Blanqui, o anarquismo de Prodhon, Bakunin, Kropotin e Malatesta e o denominado "socialismo científico", baseado no método dialético em história e filosofia, também denominado "marxismo", elaborado por Marx e Engels. Essas ideologias transformaram a Europa do século XIX num caldeirão de água fervente, com grande possibilidade de explodir. Com a imigração do execedente residual populacional da Europa para as Américas, no fim do século XIX e início do século XX, esses imigrantes pregariam e praticariam abertamente esse conjunto de doutrinas no universo político e social das ex-colônias européias nas Américas. A realidade da imigração nos EUA foi tão intensa e proplemática que foi estabelecida um severo código de repressão ao trabalhador europeu ideologizado. Leis protegendo a propriedade privada e o regime social vigente foram propostas e instauradas, muitos imigrantes alemães, irlandeses, poloneses e italianos, por exemplo, foram atingidos pelos estatutos jurídicos retaliativos. No início dos anos 20, nos EUA, foram executados injustamente os anarquistas italianos Sacco e Vanzetti, numa tentativa de conter o avanço de tipo grevista, contraventor e mesmo subversivo do conjunto dos operários imigrantes revoltosos(uma piada da época dizia que um militante anarquista fazia discursos com os pés numa caixa de madeira para burlar a lei restritiva que proibira anarquistas de fazer discursos em solo norte-americano(sic)). Um pólo de trabalhadores industriais muito destacado onde ocorrera intensa luta de classes foi na cidade de Detroit onde se situavam geograficamente as grandes indústrias de automóveis nos EUA. Também na América do Sul, especialmente, muitos trabalhadores europeus ideologizados se integraram na luta de classes aberta e intensa. No começo do século XX, aqui em Porto Alegre, um militante operário anarquista de origem polonesa de nome Michalski foi muito atuante, inclusive em periódicos e jornais libertários. Também tivemos na capital gaúcha, José Augusto Guardía, foragido da Espanha e Rafael, situado em Viamão, dois anarquistas históricos do sul do país. Augusto, até o fim da vida recebeu de Espanha o jornal "Solidariedade Obreira" que, na época da revolução espanhola era um diário. Contava ele que participara das chamadas "33 horas de Barcelona", quando os revolucionários anarquistas(a Catalunha era seu reduto) tomaram uma peça de artilharia e renderam a municipalidade, vencendo assim aquela batalha. Augusto trabalhou numa cervejaria na Espanha onde se instaurou uma auto-gestão, depois, como fotógrafo e também pedreiro, já refugiado no Brasil(ele aprendeu a ler e escrever sozinho). Estas são notas históricas ao Anarquismo as quais vale a pena relatar aos militantes posteriores pra que se espelhem nos fatos heróicos realizados por esses eminentes revolucionários libertários. Enquanto existirem jovens inspirados e carentes da glória refletida pela luz da luta por justiça social, a doutrina e prática anárquicas nunca irão desaparecer na superfície do planeta Terra.

Breves Cometários Ideológicos sobre o Anarquismo

No início dos anos 80, ainda na ditadura militar do Brasil, foi publicada uma coleção de obras populares sobre política, de um editorial expressamente marxista-leninista. Mais do que relevar justamente o Anarquismo, publicou-se um livro chamado "O Anarquismo e a Democracia Burguesa" o qual teve o indiscutível papel de informar aos marxistas-leninistas sobre a teoria anarquista sem qualquer doutrinação ideológica autêntica ou relevante. De fato, após enumerar vários ícones anarquistas, de Bakunin a Guerín, passando por Malatesta a Kropotin, apresentou-se um artigo escrito por F. Engels em um jornal alemão de sua época denominado "Os Bakunistas em Ação", onde é realizada severa crítica destrutiva às idéias e práticas anarquistas. Assim, pode-se verificar uma maldade e má intenção contra o Anarquismo nesta dada publicação.
Outro fato, mais local, e muito lastimável, ocorreu com uma obra do antigo anarquista espanhol José Augusto Guardía, que fugiu da Espanha franquista e veio se refugiar no Brasil. Ele tinha uma boa biblioteca sobre o Anarquismo e um professor de História da PUCRGS chamado Tavares tomou-lhe emprestado a obra "A Revolução Desconhecida" de Voline. Ele nunca mais entregou a Augusto essa obra e este último veio derradeiramente a falecer. Essa obra de fato integra a história do Anarquismo brasileiro e a atitude de Tavares foi realmente desonesta. Os anarquistas aqui de Porto Alegre, deveriam interpelar Tavares sobre a entrega desta obra a qual de maneira nenhuma não lhe pertence. Augusto antes de morrer remeteu o restante de seus livros ao instituto alfa de pesquisas históricas aqui no Brasil(Spartacus).
(Spartacus).

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Algumas Breves Histórias do Anarquismo

Logo após a vitória da revolução russa de 1917, um breve tempo após o encouraçado Aurora soou os seus canhões em sinal de comemoração e júbilo por aquela conquista, os marinheiros da frotam do Báltico, na grande maioria anarquistas, os mesmos que dissolveram a Duma nas primeiras luzes daquela revolução, foram severamente reprimidos pelo exército de Lênin. Este foi um dos primeiros episódios de retaliação e totalitarismo realizados pelo regime dos sovietes.
Voline, na sua obra intitulada "A Revolução Desconhecida", conta que foi em sua própria casa que se instaurou o primeiro soviete dos soldados, camponeses e operários de São Petersburgo. Sendo aquele escrupuloso, desistiu de liderar aqueles homens e cedeu lugar para um outro, a saber, Vladimir Ilich Ulianov, conhecido por Lênin(Trótsky, social-democrata, nas horas derradeiras anteriores à revolução, decidiu-se integrar as fileiras dos bolcheviques).
A Ucrânia era predominantemente anarquista e era encabeçada por Nestor Makno e Peter Arshinov. Seu exército era a metade do exército total da união soviética, a outra metade composta pelo exército vermelho da Rússia comunista. Ambos somaram forças e derrotaram os exércitos brancos de Wrangel e Kornilov. Conta Voline que, após a vitória dos exércitos revolucionários, Lênin convidou as lideranças de Makno para um jantar que se constituiu em uma emboscada na qual pereceram muitos líderes ucranianos, contudo Makno conseguiu escapar para a França, levando consigo balas em seu corpo.
O politburo era composto de cinco eminentes governantes, a saber, Lênin, Stálin, Tróstky, Zinoviev e Bukhárin. Estes últimos pereceram inicialmente e posteriormente Lênin veio a falecer. Restaram Stálin e Trótsky. Este último foi banido com a ascensão de Stálin ao poder absoluto e foi morto por um enviado de Stálin ao México, onde se exilara Trótsky. O regime do culto à personalidade, do "cordão sanitário"("a cortina de ferro"), a ocupação das repúblicas circunvizinhas à Rússia formando a União Soviética, o genocídio de dezenas de milhões em processos de coletivização forçada, tudo isso caracterizou o regime de Stálin. A URSS, intensamente castigada na segunda guerra mundial, emergiu como segundo poder mundial estabelecendo, junto com os EUA, a denominada "guerra fria" que durou décadas até a queda do muro de Berlim em 1989 e o fim da URSS em 1990, no regime de M. Gorbachev e B. Yéltzin.
Quanto à história das organizações internacionais dos trabalhadores, tivemos a primeira internacional, composta por anarquistas e marxistas, dilacerada pelo confronto entre Marx e Bakunin. A primeira AIT, com sede na Espanha, continua sendo a internacional dos anarquistas. A segunda internacional foi a social-democrata, a partir do antigo partido social-democrata alemão, tendo como líderes Willi Brand. Mário Soares, Felipe Gonzalez e Leonel Brizola. A terceira internacional é a comunista, fundada na URSS e denominada Comintern. Finalmente, a quarta internacional é a trotskista, sendo composta por várias facções tais como o secretariado unificado e a LIT( liga internacional dos trabalhadores, aqui no Brasil, o PSTU filiado àquela). Junto à CUT, CGT, Força Sindical e outros sindicatos, os anarquistas brasileiros perseveram na COB ou Confederação Operária Brasileira.

Voto Nulo, Paradigma Político Libertário

(esse presente texto ofi enviado para o Ministério Público e para o TRE-RS em 25/12/2008).

A história do escrutínio eleitoral é muito antiga. Na Grécia pretérita, os cidadãos decidiam as coisas comunitárias, inclusive a paz e a guerra, em paraça pública. Contudo só o status da cidadania permitia a participação política, as práticas econômicas eram atributos dos escravos. Assim., segundo Hegel, não havia a "particularização da necessidade". Embora existisse o senado da república romana, havia a figura do imperador e o povo em geral não tinha plena participação política(o denominado "tribuno do povo" consistiu numa alternativa que equilibrar as forças políticas da república, e tal posto tinha como objetivo a defesa das mais autênticas causas populares). A prática política democrática na antiguidade clássica pode ser comparada com a aclamação participativa a qual ainda existe em alguns cantões suíços(em plena idade moderna, já existia democracia em Genebra).
Na Inglaterra, devido ao fato de os representantes do povo terem que trabalhar, inviabilizando a participação política, fora instaurado o mandato remunerado para os políticos de origem popular.
As repúblicas modernas, através do modelo iluminista francês, subsistituiram a assembléia permanente(Russeau) por representantes eleitos pelo povo que exerciam o mandato de forma indireta. As repúblicas modernas também, através de Montesquieu, conheceu os três poderes, executivo, legislativo e judiciário, a modernidade passou a conhecer o sufrágio universal. Nessas democracias, através de cédula de papel ou urna eletrônica(Brasil), os representantes são assim eleitos. Se o voto habilita o candidato ao poder de Estado nas câmaras de representação em todos os níveis políticos, o voto em branco simplesmente indica aquiesciência com a configuração de poder vigente, o voto anulado ou nulo consiste numa terceira via, a saber, indica a incompatibilidade ou negação do sistema político presente em sua universalidade, sendo pregado e praticado quase exclusivemente pelos anarquistas através da história geral dos povos. Tando o voto dito positivo como o voto em branco, podem ser substituídos a partir dessa terceira via, o voto nulo que inclusive apresenta positividade como alternativa política expressiva que apresenta foros de legitimidade política participativa. Por conseguinte, se os políticos, através das campanhas eleitorais oficiais nos órgãos de comunicação social intentam se eleger ou serem guindados ao poder, também os anarquistas deveriam ter o direito de expressar suas idéias e sua ideologia, mesmo que elas indiquem ou sinalizem a intenção da destruição total do sistema político vigente. A essencialidade da negação da política universal é representada na prática pelo engajamento na defesa do voto nulo em sua essencialidade política e ideológica.
Assim, esse breve opúsculo solicita graciosamente a inserção dos coletivos anarquistas na propaganda eleitoral oficial, mesmo para cabalmente pregar a divulgação do voto nulo na defesa da ruína total do sistema capitalista em todos os seus níveis políticos, econômicos, sociais, estamentais, ideológicos e existenciais, assumindo-se o voto nulo e práticas consequentes e co-adjuvantes às quais levam à derrocada derradeira do capitalismo ou sociedade da exploração do homem pelo homem. A pregação da anulação do voto já devem ocorrer nas primeiras luzes da revolução total advogada pela esquerda histórica em todos os tempo ou épocas na vida social das comunidades humanas na universalidade historial dos povos e das nações. Assim, os anarquistas devem ter o direito de pregar as suas idéias mesmo se elas signifiquem o fim e a ruína de todo um mundo presente de exclusão, alienação e exploração sociais(Spartacus).

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Uma Breve Nota ao Anarquismo

Com raízes na revolução francesa de 1789, mais especificamente na revolta dos iguais liderada por Graco Babeuf, se originou nas alas da democracia radical, na teoria e prática anarquistas, ácrata ou libertária a qual conclamavas a extinção do poder político em todos os níveis. O anarquismo passou a hostilizar todo o poder de Estado e o pode eclesiástico. Nos anos de 1830, 1848, 1868 e 1970, o espectro da esquerda revolucionária assombrava a Europa e inclusive suas colônias. Nomes como Blanqui, Marx, Bakunin, Kropotkin e Malatesta, também os chamados socialistas utópicos como Owen, Saint-Simon e Fourier estavam ali incluídos. Na Rússia em 1905 e 1917, no episódio de Kronstadt com a frota do Báltico e da Ucrânia de Voline, Makno e Arshinov, a revolução espanhola, a Hungria dos anos 50, o Maio de 1968 na França, na Polônia em 1971 e 1982 com o sindicato Solidariedade, as presentes agremiações não-governamentais e os mais variados sindicatos, as lutas do Greenpeace e dos Verdes por todo o planeta, os movimentos sociais multifacéticos como os punks, todos estes merecem historicamente representação na estrutura político-ideológica do Estado moderno e em sua sociedade civil. Assim, nós libertários reinvindicamos espaço de propaganda gratuita na mídia, tal como rádio, TV e periódicos, da mesma forma que os partidos formalmente constituídos assim ostentam os quais se beneficiam disto ao compôr a política tradicional. Tal franquia é reivindicada pelos anarquistas mesmo considerando a tese de que propõe o fim do próprio Estado latu sensu vigente na forma invariante do totalitarismo em sua essencialidade. Numa primeira aproximação, a prática de exórdio ao voto nulo proposto pelos libertários corresponde num estagio inicial à campanha pelo voto facultativo(Spartacus).

Buscando uma Legalidade Possível

(Este documento foi enviado ao Ministério Público em 14 de janeiro de 2009).

Às Egrégias Autoridades do Ministério Público:

Venho aqui pelo presente levantar uma questão política-ideológica com relação à representação de agremiações as quais são liberadas nos órgãos de comunicação social com o fim de exercer a performance de propaganda necessária à competição eleitoral em nossa república federativa a qual vivencia histórica realidade democrática. Se a democracia é o poder político da maioria, falo aqui em liberdade a qual representa uma extensão do regime democrático, como supremo e final estágio político nas sociedades as quais podem ser chamada de modernas. Verifica-se historicamente que as organizações que exclusivamente competem nos pleitos políticos repubicanos são os partidos políticos estabelecidos como tais. O partido político histórico visa invariavelmente o poder de Estado e assim após o processo de escrutínio, legalmente dado partido é nomeado como governante universal se obtiver o maior número de votos angariados no pleito em questão. Contudo, uma facção político-ideológica que se encontra assim excluída das eleições gerais é constituída pelos chamados libertários ou anarquistas que negam aberta e fundamentalmente o poder de Estado. Assim, se fosse permitido aos anarquistas se pronunciarem nos intervalos de propaganda política, certa e invariavelmente não concorreriam ao poder de Estado mas pregariam sua cabal negação, como oposição à estrutura fisiológica político-partidária que é o próprio Estado. Obviamente, a tarefa a qual seria atribuída à propaganda anarquista em meios de comunicação seria negar veementemente o poder político, seus sucedâneos e avatares. Assim, mesmo assumindo uma política de refutação ao Estado e suas estruturas executivas, legislativas e judiciárias com ênfases eletiva e administrativa, acredito que a propaganda libertária tem como um direito presente e inalienável de se apresentar na comunicação social eletiva de modo a ostentar autonomia e independência político-ideológica. Finalmente, solicita-se, com base neste argumento aqui lavrado que, categoricamente os anarquistas, como inimigos históricos do Estado e do poder político, à semelhança de uma organização não-governamental, deve ter direito de voz e expressão no processo universal de escrutínio, mesmo através de sua cabal negação. Não que se constituissem um "partido anarquista" mas de se ofertar às agremiações ou ONG´s de cunho libertário a franquia de se manifestar abertamente nas eleições gerais mesmo não concorrendo essencialmente ao poder político do Estado na sociedade civil política e ideologicamente constituída. Rogo que nossas autoridades considerem esta presente proposta aqui levantada de modo imparcial, franco e aberto(Spartacus).
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quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Esperança Sublime

"A emancipação dos trabalhadores será obra dos próprios trabalhadores".

Lembrando a Revolução Espanhola

A Espanha, depois de séculos de monarquia, em 1936 iniciou a vivenciar um primeiro regime republicano, sendo seu presendente Largo Caballero, um obreiro estuquista. A reação de direita comandada por Franciaco Franco e apoiada pela monarquia em Castela, marchou de Gilbraltar para o continente, marchando sobre a frágil república. O governo socialista pediu 24 horas para contemporizar embora os anarquistas já se encontravam nas ruas para defender a democracia espanhola. A chamada Frente Popular congregava os socialistas, os comunistas, os trotskistas,
o POUM(partido obreiro de unificação marxista, também trotskista), os puramente federalistas e os anarquistas(que controlavam a CNT através de seu braço ideológico e militante, a FAI). Os socialistas tinham em suas mãos o sindicato UGT e as forças franquistas eram denominadas a Falange. Uma guerra aberta então se constituiu. Quatro colunas marcharam sobre Madri, embora a "quinta coluna"(ou os traidores) supõe-se tenha vencido aquela batalha(os livros da biblioteca da universidade foram empregados como trincheiras). Vencendo em Madri, a Falange marchou até a Catalunha onde, em Barcelona, se situava o reduto das forças anarquistas. O exército de Hitler contribuiu de forma decisiva na vitória da Falange(a destrução da cidadezinha de Guernica marcou indelével a desgraça do povo espanhol).
Inicialmente tomada em 33 horas de combate no início da guerra, enfim no ano de 1939 ocorreu
a queda de Barcelona, a revolução foi finalmente derrotada e seguiu-se uma intensa perseguição política e ideológica contra os militantes de esquerda, e assim ocorreram muitos exílios e execuções. Contudo, a revolução espanhola marcou indelével a história universal da humanidade como um sonho intensamente sonhado de liberdade e autonomia para os povos(como um autor alemão contemporâneo disse, a revolução espanhola foi "o breve verão da anarquia"). A saber, durante o regime orientado pelos anarquistas, muitas coisas relevantes foram feitas para o povo espanhol, a saber, o número de crianças triplicou nas escolas, foram introduzidos os téxteis na indústria espanhola, a eletricidade, atendimento médico e medicação foram feitos grátis para a sociedade ibérica durante o período da revolução, por exemplo(Spartacus).

Lembrando a Revolução Espanhola

A Espanha foi certamente o palco onde vicejou de forma mais intensa as idéias e práticas do anarquismo. Depois de séculos de monarquia, a primeira república espanhola teve como seu presidente o trabalhador estuquista Largo Caballero. Isso era o ano de 1936. As forças políticas em evidência na Espanha eram os socialistas, os puramente federalistas, os comunistas, os anarquistas e os trotskistas, também o POUM(partido obreiro de unificação marxista, de orientação trotskista). A direita, associada à monarquia, era regida pelo militar Francisco Franco, o qual, nas primeiras luzes da república, rumou a partir de Gilbraltar, para o continente. Os socialistas pediram um dia para negociar enquanto que os anarquistas estavam já nas ruas para promover a resistência(o sindicato controlado pelos anarquistas era a CNT, através do seu braço ideológico e militante, a FAI). Os socialistas controlavam a UGT. O núcleo monarquista de direita a apoiar Franco vinha da província de Castela. Sob o controle da Frente Popular(a qual congregava aqueles partidos de esquerda citados acima mais os anarquistas), o número de crianças na escola triplicou e foram introduzidos os têxteis na indústria espanhola naqueles tempos de revolução. A denominada guerra civil espanhola, durou até 1939. Com apoio da Alemanha de Hitler, o qual foi logístico e militar, as forças revolucionárias populares foram perdendo terreno e a batalha de Madri foi decisiva(dizem que os livros da biblioteca da universidade foram empregados como trincheiras). Quatro colunas marcharam sobre Madri mas foi a "quinta coluna"(ou os traidores) que supõe-se ganhou a guerra. Vencendo Franco em Madri, a Falange, como foi chamada as forças militares de Franco(ou "generalíssimo") foram rumo à Catalunha onde, em Barcelona, estava sediado o controle territorial e político dos anarquistas. Enfim, caindo Barcelona, a revolução enfim terminou com o fracasso geral das forças populares. Uma terrível perseguição aos revolucionários aconteceu então na península espanhola. Contudo, o legado da FAI-CNT permaneceu indelével na história universal da humanidade.

Lembrando a Revolução Espanhola

Na historia mundial, certamente a Espanha foi o palco onde o anarquismo vicejou de um modo mais marcante. Após séculos de monarquia, a primeira república espanhola teve como presiden
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