terça-feira, 30 de junho de 2009

A Relatividade, o Legado de Albert Einstein

Albert Einstein era filho de Hermann Einstein, judeu-alemão, dono de uma oficina eletro-mecânica, atividade na época equivalente em importância à atual informática. Desde menino, Einstein era muito curioso e, inicialmente, duas coisas atraíram seu interesse, um pedaço de imã e o teorema de Pitágoras, cuja demonstração obteve facilmente. Já rapaz, tentou ingresso na Escola Politécnica de Zurique, mas foi na primeira vez reprovado por apresentar frágeis conhecimentos em humanidades. Com um professor particular, tentou novamente e diretor daquela escola o deixou ingressar apenas pelo seu bom conhecimento em matemáticas e ciência natural. Como aluno, gazeava muitas aulas e geralmente obtinha as lições copiando-as dos cadernos de seus colegas. Assim foi com a geometria diferencial e a análise tensorial. Einstein comprou a cidadania suíça e mesmo com a terceira falência de seu pai(que o queria engenheiro), aquele decidiu ser físico teórico. Diz-se que buscou o conhecimento matemático adequado para a suas hipóteses científicas(a saber, a teoria universal das covariantes) e que sua primeira mulher, Marlova tinha bom conhecimento em matemática, a mesma que mais tarde morreu demente. Einstein estudou as obras de Maxwell, Faraday, Hertz, Poincarè, Ernst Mach, Lorenz-Fitzgerald a relatividade galilaica-newtoniana. No início do século XX escreveu um estudo sobre o movimento browniano e em 1905, apresentou sua tese sobre o efeito fotoelétrico. Mais foi suas formulações sobre as assimetrias nas equações de Maxwell-Hertz quando empregava-se a relatividade galilaica-newtoniana que lhe trouxe notoriedade inicial. Primeiramente, recusou-se a aceitar a existência do Éter como fluido universal que serviria de referencial absoluto(o que foi negado através dos experimentos muitas vezes repetidos por Michelson e Morley). Depois, trocando as equações daquela relatividade por aquelas com base nas transformações de Lorenz e aplicando-as nas equações da eletrodinâmica clássica, verificou que desapareciam tais assimetrias nas medições dos fenômenos do eletromagnetismo. Assim, Einstein chegou à formulação de sua denominada teoria da relatividade especial(cujas conclusões já se encontravam há 50 anos nas equações do eletromagnetismo e ninguém percebera isso). Deste modo, Einstein estabeleceu que as equações da eletrodinâmica clássica eram invariantes quando submetidas à transformação de Lorenz. Como visto, isto foi em 1905. Dez anos mais tarde e apresentado em 1916, Albert Einstein concebeu a teoria da relatividade geral, com base no princípio de covariância geral e assim estabeleceu que as leis físicas eram covariantes, aplicando à sua hipótese física a análise tensorial. Assim, passados alguns anos, conseguiu fortes indícios de que sua teoria era de fato verdadeira. Por exemplo, a precessão do periélio da órbita de Mercúrio foi determinada com mais precisão do que a mesma formulação feita por Newton. De fato, numa medição feita em diferentes locais do globo em 1919, inclusive na Bahia, um eclipse solar indicou a deflexão da luz proveniente das estrelas distantes em relação ao Sol mostrando que os raios de luz se curvavam quando passavam nas vizinhanças dele, o que foi exaustivamente verificado. Assim, as teorias da relatividade foram amplamente ratificadas. Quanto às formulações de Werner Heisemberg sobre a mecânica quântica, Einstein colidiu de frente com essa teoria e nunca a aceitou, dizendo que "Deus não jogava dados para decidir a trajetória de uma partícula". Albert Einstein passou seus últimos dias estudando e tentando formular uma teoria consistente do campo unitário, graal da Física que unificaria as quatro forças do mundo natural, a saber, a gravitação, a eletrodinâmica e as forças fortes e fracas do átomo. Contudo, Einstein não alcançou esse limiar e ao lado de seu leito de morte no hospital ele deixou alguns conteúdos escritos à mão com notas sobre essa última teoria, como apontamentos derradeiros que ele não conseguiu finalizar. Ele morreu em 1955. Em vida, inquirido sobre o que fazer na possibilidade de ter apenas uma hora a mais para viver, ele disse que tentaria organizar alguns papéis para a posteridade e, depois, se deitaria na cama esperando o momento vindouro de partir dessa vida. Sua existência e trabalho o fizeram o cientista mais popular e mais admirado da história(Spartacus).

Sobre a Revolução Castrista Cubana

Nos fins dos anos 50 Cuba era apenas uma colônia turística dos EUA a qual era regida por um governo colaboracionista relativamente à esta potência mundial o qual tinha como primeiro mandatário o ditador Fulgêncio Batista. Foi quando Fidel Castro, Ernesto Guevara e outros bravos marcharam para as regiões urbanas(Havana e outras cidades) a partir das montanhas(estratégia "foquista") e assim depuseram Batista proclamando Cuba uma república livre. O movimento castrista era até então visto com bons olhos pelos EUA mas logo após a revolução de Castro e Guevara, estes se auto-declararam marxistas-leninistas e se aproximaram do bloco soviético deixando as autoridades norte-americanas boquiabertas. Sob o governo Kennedy, foi realizada uma invasão malograda na baía dos porcos, a qual foi rechaçada pelas milícias cubanas(diz-se que Castro acautelou Kennedy quanto a um possível atentado contra sua pessoa, o que realmente aconteceu). Foram fuziladas cerca de um milhar de pessoas antagonistas ao regime castrista recém-instalado. O relógio do apocalipse tornou-se criticamente adiantado quando Nikita Kruchev propôs a instalação de mísseis com ogivas nucleares em solo cubano. A aproximação a URSS de um modo total impediu qualquer ação norte-americana na ilha de Fidel. Contudo, os mesmos EUA promoveram um histórico bloqueio geral contra Cuba e esta foi alijada da OEA. Quem foi a Cuba sabe o quanto as pessoas sofrem de necessidades lá. Por exemplo, os automóveis circulantes são os mesmos do tempo da ditadura de Batista e se movem a partir do emprego de peças de reposição fabricadas artesanalmente em oficinas mecânicas. Existem táxis movidos a tração de bicicletas, o povo não tem coisas simples tais como canetas esferográficas, batons, sabonetes, etc. Há também um hotel onde os cubanos não podem frequentar, existindo só para turistas extrangeiros. Lá não se usa barba em respeito aos "comandantes" revolucionários do passado. Contudo, a medicina comunitária(ou de família) e a psiquiatria cubanas são extremamente adiantadas e humanamente dirigidas à cidadania, sendo, junto com a Inglaterra, um modelo para todo mundo. Fidel é reverenciado, junto à memória de Ernesto "Che" Guevara, médico argentino revolucionário que, após a revolução cubana voltou à América Latina para lutar pela revolução universal, sendo finalmente capturado e morto na Bolívia. Há numa baía um canhão que todos os dias dá um tiro em memória da revolução, existem em grandes paredes de prédios imensos posters de Guevara e os discursos regulares de Fidel Castro chegam a durar horas a fio. A revolução sandinista na Nicarágua em 1979 foi monitorada e auxiliada por milícias cubanas que treinaram os combatentes de Daniel Hortega. Contudo, a idade parece ter limitado o "grande comandante" e recentemente ele passou o comando da ilha para seu irmão Raul Castro. Este, por sua vez, iniciou uma verdadeira e necessária abertura de Cuba ao mundo restante. O governo norte-americano de Barack Obama esboçou simpatia em reatar relações com Cuba, a OEA também expressou desejo de integrá-la em seu seio. Cuba, contudo, se mostrou altiva e disse não estar interessado na OEA. Contudo, todas as tendências parecem indicar que Cuba vai perder essa queda de braço com os EUA, a OEA e o resto do mundo livre. Acredita-se que isto é apenas uma questão de tempo(Spartacus).

Sobre o Regime Soviético Russo(1917-1990)

Já é a partir de Lênin que o marxismo configura uma vertente autoritária devido à aceitação universal da tese que propõe a necessidade de uma vanguarda(intelectual, mais tarde, para Gramsci) a fim de estabelecer a liderança do processo revolucionário. Na Rússia, confundiu-se Estado, Partido e Revolução. É a partir do politburo encabeçado por Lênin, Trotski, Zinoviev, Bukharin e Stálin, que a concentração do poder pelo partido alcança uma centralização maior na figura de Stálin o qual determinaria uma total ditadura totalitária de esquerda na URSS. O populismo universal, o culto à personalidade e a repressão a qualquer oposição política ou ideológica foram as principais características do regime stalinista. A aliciação popular, o sistema dos comissários do povo e o stakanovismo foram as determinantes do populismo soviético no período de Stálin. O filme de Wajda mostra bem isso ao contar a história de um operário da construção civil bem sucedido nas competições de natureza obreirista, a saber, um esporte que consistia no levantamento cronometrado de paredes. Estes tempos foram caracterizados por repressão política, tortura, internações psiquiátricas, desaparecimentos, prisões, mortes e coletivização forçada em granjas coletivas(milhões de russos pereceram nestes processos de integração coletiva). Dos cinco do politburo somente restou Joseph Stálin o qual promoveu um imenso culto à personalidade, com estátuas, retratos, cartazes e out-doors por toda a URSS. A segunda guerra mundial fortaleceu imensamente a Rússia a qual ergueu-se soberana com a constituição do "cordão sanitário"(a "cortina de ferro", para o Ocidente), anexando os países periféricos à Rússia, tais como a Polônia, a Tcheco-Eslováquia, a Hungria, a Yoguslávia e a Romênia, por exemplo, compondo de fato a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Após a segunda guerra mundial, a URSS se transformou na segunda potência de um mundo dissociado, esquizofrênico e polarizado pela denominada "guerra fria"(como antagonista direto e universal dos EUA). Assim, pequenas e localizadas guerras paroquiais aconteceram como tentáculos indiretos daquelas duas super-potências, elas nunca de defrontaram aberta e diretamente o que, devido aos arsenais bélicos nucleares, significaria o fim da humanidade na superfície do planeta Terra. O stalinismo caiu sob a égide de Nikita Kruchev nos anos 50 do século XX. Após a queda do Muro de Berlim em 1989, a URSS se desarticulou, colapsando-se em 1990, sob a égide de Mikhail Gorbachev e Bóris Yeltzin. De fato, a partir desse momento, a URSS apresentara sua face mais fragilizada, como um sistema de nacionalidades extremamente fragilizado politicamente e economicamente paupérimo, indicando um sistema político, social e econômico o qual não logrou sucesso na história recente da humanidade. Contrariando a tese de Marx de que o socialismo seria implantado em países mais avançados do capitalismo, tal ocorreu em nações muito empobrecidas, tais como a Rússia, China, Cuba, Vietname, Coréia do Norte e Cambodja, apresentando terríveis distorções ideológicas, políticas e sociais. Esse regime assim implantado por esses países foi definido pela desinência universal de "socialismo real"(Spartacus).

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Sobre a História do Brasil(1500-1822)

Oficialmente, o Brasil foi descoberto por Pedro Álvarez Cabral em abril de 1500. Fala-se muito a respeito das "calmarias" que levariam a frota de Cabral ao litoral do Brasil. Contudo, hoje se supõe que tais navegantes já vieram com a intenção de encontrar terra nestas regiões setentrionais do oceano atlântico no globo terrestre(Colombo já tinha alcançado a América em 1492). Assim, com o pé no novo mundo, uma primeira missa foi rezada na Bahia, em Porto Seguro. O Brasil menino precisava ser povoado e Portugal fez um sistema de capitanias hereditárias para colocar gente para colonizar o recém-descoberto continente. Franceses(Maranhão e Florianópolis) e Holandeses(Olinda, Pernambuco), também estiveram no Brasil colônia. Houve concomitantemente à colonização, um grande genocídio indígena(atualmente, em 2009, resta apenas um contingente muitíssimo pequeno de indígenas em relação àquele povo inicial existente naqueles tempos de 1500). A vida de colônia seguia vagarosamente e a colonização do Brasil progredia mais e mais. Muito mais tarde, no século XVIII, devido às idéias originárias da revolução francesa de 1789(também da independência dos EUA em 1776), na região das Minas Gerais, surgiu um movimento de independência encabeçado por estudantes brasileiros que tinham cursado estudos na Europa. Juntou-se a eles um alferes chamado Joaquim José da Silva Xavier, o "Tiradentes", que tomou para si o comando do movimento revolucionário. Tal colapsou, somente Xavier foi enforcado e seus colegas, exilados. O lema do movimento era "Libertas quae sera Tamen"(liberdade ainda que tardia). Xavier foi o mártir da independência do Brasil(Spartacus).

Sobre a História do Brasil(1822-1930)

Devido ao bloqueio continental imposto pelo conflito entre Bonaparte e a Inglaterra, a família real e sua comitiva se evadiram da Europa e vieram ao Brasil em 1808. Dom João VI fez muitas coisas boas e progressistas no Brasil, dentre elas o Banco do Brasil e o Jardim Botânico, por exemplo. O Brasil da primeira metade do século XIX estava sofrendo uma pressão política que o empurrava novamente para o status de colônia, não mais de vice-reino. Intempestivo e dramático, o imperador Dom Pedro I, às margens do riacho Ipiranga, proclamara a independência do Brasil com relação a Portugal a 7 de setembro de 1822. Contudo, independentemente desse gesto soberano, tal independência já estava sendo formulada e ensaiada pelos irmãos Andradas e pela Loja Maçônica Grande Oriente. Dom Pedro primeiro era um grande namorador e aventureiro, frequentava tavernas noturnas na companhia de seu servo, cúmplice e confessor Chalaça. Traindo Dona Leopoldina, teve um romance com uma cortesã a qual recebeu o título de Marquesa de Santos. Dom Pedro I teve que voltar a Portugal para defender o trono de sua irmã e acabou morrendo por lá, deixando no Brasil seu filho Do Pedro II ainda menino. Criança, não podia ser empossado imperador e ele ficou sob a guarda e custódia dos irmãos Andradas durante duas regências até a sua maior idade que mesmo assim foi antecipada. Dom Pedro II era um homem muito culto e convivia com personalidades importantes da cultura universal em Paris, tais como Vitor Hugo. Contudo, sentia enorme vergonha em ser cobrado por seus pares europeus sobre o Brasil que ainda conservava a escravidão de africanos. Paralelamente ao envelhecimento do imperador e sua esposa, já se articulava a proclamação da república e esta não esperou que os dois velhos morressem. A 15 de novembro de 1889, Deodoro da Fonseca e outros militares proclamaram unilateralmente a república no Brasil. Assim, o imperador e sua família foram embarcados e enviados de volta para Portugal. Substituído por Floriano Peixoto e este por vários outros, assim se consolidava a república no Brasil, esta que se chamaria "República Velha" ou "República Café com Leite" em contraposição àquela inaugurada por Getúlio Vargas em 24/10/1930(Spartacus).

Sobre a História do Brasil(1930-1964)

Ate´1930, a política presidencial brasileira oscilava num eixo de poder que gravitava entre São Paulo e MInas Gerais(a república "café com leite") mas, proveniente do Rio Grande do Sul o estadista revolucionário Getúlio Dornelles Vargas marchou sobre o sudeste e, amarrando os cavalos no obelisco paulista, venceu aquela que foi denominada "Revolução de 30". Tais tempos foram de intenso ufanismo patriótico com ênfase na identidade nacional conjugado ao desenvolvimento tecnológico estatal(com a criação, por exemplo, da Petrobrás, da Eletrobrás e da Siderurgia Nacional). Naquele período, Vargas governou com mão de ferro, reprimiu comunistas e integralistas, criou as leis trabalhistas(CLT), os sindicatos e a contribuição sindical e novos partidos políticos, a UDN, o PSB e o PTB. Através do delegado Filinto Miller, escreveu uma triste página da prisão e da tortura na história brasileira, inclusive deportando a judia e comunista Olga Benario Prestes, companheira de Carlos Prestes, para um campo de extermínio nazista, onde ela pereceu. Saindo momentaneamente do poder, Vargas indicou como seu sucessor Eurico Gaspar Dutra e mais tarde, já nos anos 50, voltou ao poder nos braços do povo através do movimento "queremista". Antes, porém, já em 1930, adotando a constituição de Mussolini como modelo(a "Polaca"), simpatizava com o facismo italiano e inclusive com o nazismo de Adolph Hitler. Contudo, a pressão norte-americana e o afundamento de navios na costa brasileira levaram Vargas a declarar guerra contra as forças do Eixo em 1944. O Brasil, através de sua Força Expedicionária(FEB), mesmo com muitas limitações intrínsecas, realizou brilhante campanha em solo intaliano(vitórias nas batalhas em PorretaTerme, Pistóia, Montese e Monte Castelo). Contudo, o que traiu Vargas foi o grupo dos asseclas à sua volta, integrado pelo seu assessor direto e guarda-costas, Gregório Fortunato, o "Anjo Negro". Esses epígonos seus cometeram um atentado contra um major chamado Vaz na rua Toneleros e isto já foi a razão para o impedimento final de Vargas, o qual lamentou o mar de lama nas bases do Palácio do Catete. Vargas disse que so sairia morto do Catete e ali se matou. Tal gesto gerou uma grande consternação ao povo brasileiro que o considerava o "pai dos pobres". Vargas foi sucedido por Café Filho, em cuja gestão o Brasil iniciou um período com crescentes dívidas financeiras. Esse processo tornou-se assimptótico com a iniciativa de seu sucessor, Juscelino Kubischek de Oliveira, de construir Brasília, a nova capital do Brasil, no Planalto Central. Juscelino foi sucedido pela dobradinha Jan-Jan, composta por Jânio Quadros e João Goulart que conduziram o país à crise institucional que implicaria o movimento revolucionário militar de 1964(Spartacus).

domingo, 28 de junho de 2009

Sobre a História do Brasil(1964-2009)

O desenvolvimentismo e o populismo de um Brasil ingênuo tiveram expressão na época de Juscelino(construção de Brasília) e a imediatamente posterior gestão de Jânio Quadros, tendo como vice-presidente, João Goulart. Jânio era uma figura controvertida e curiosa, causando espanto às forças políticas de direita ao condecorar no Brasil o astronauta soviético Iuri Gagarin e o líder revolucionário cubano Ernesto Guevara. Seguindo-se às artimanhas janistas de chantagem relativamente à sua renúncia à presidência da república, com a cadeira presidencial vaga, naturalmente, João Goulart(ou Jango) seria sucessor direto de Jânio. Contudo, com as visitas de Jango à URSS e à China, as forças da direita reacionária questionaram fortemente a identidade democrática do governo brasileiro e propuseram uma redução radical dos poderes presidenciais, incentivando um plebiscito para submeter Jango a um regime parlamentarista. Contudo, o povo respondeu nas urnas não ao parlamentarismo, como resultado positivo da campanha da legalidade(na qual Leonel Brizola, enquanto governador gaúcho, foi o principal artífice). É a partir dos fins de março de 1964 que Jango pronuncia o seu histórico discurso na Central do Brasil e em 31 de março um movimento militar surgido a partir do sudeste do Brasil e apoiado pelas forças armadas norte-americanas(operação Brother Sam) depôs o governo de Jango e empossou o General Humberto de Alencar Castelo Branco, sendo instaurado o bipartidarismo, sendo a ARENA situação e o MDB oposição. Contudo, por volta de 1968, a sociedade brasileira ainda conservava algumas liberdades políticas(os intelectuais ainda promoviam cultura questionadora, contestadora e revolucionária com os CPC, os chamados "centros populares de cultura", com ênfase principal na poesia, música e dramaturgia). Depois da questionável morte de Castelo Branco, foi empossado o General Arthur da Costa e Silva, o qual já supunha a necessidade de uma anistia e abertura políticas. Contudo, Costa e Silva também teve morte questionável e em seu lugar, através de indicação nebulosa, foi colocado o General Emílio Garrastazu Médici. Este foi o tempo do AI-5 para políticos e sociedade em geral e do 477 para os estudantes. Estes foram tempos de um grande ufanismo("Brasil, ame-o ou deixei-o"), do tri-campeonato mundial em 1970 e do "milagre brasileiro"(questionável e virtual crescimento econômico especulativo). Por todos os mandatos militares, sob a égide do ministro Delfim Neto, a inflação brasileira se manteve no índice de 100%, para o incentivo à exportação de produtos brasileiros, principal fonte de captação de dólares para pagamento apenas do serviço da dívida externa junto ao FMI). Naquela época, muitos deputados e vereadores renunciaram aos seus mandatos em protesto, muita gente foi exilada e muitos também foram mortos ou desaparecidos. No interior, jovens estudantes universitários iniciaram a guerra de guerrilhas(segundo a teoria "foquista" de Castro e Guevara). com sequestro de autoridades nacionais e internacionais, como por exemplo, o sequestro do embaixador dos EUA e a guerrilha do Araguaia. Os métodos de interrogatório via tortura grassavam por todo o território nacional, muitos brasileiros com os mais elevados ideais patrióticos e nacionais foram torturados e mortos nos porões do DOI-CODI, do DOPS, nas delegacias e quartéis em geral no país inteiro. Brizola, entrevistado muitos anos depois, disse que houve "um golpe no interior do golpe", sendo a tendência militar de ultradireita de Médici alijando a tendência mais moderada de Castelo Branco e Costa e Silva. Em 1975, ascende ao poder o General Ernesto Geisel que abre o país à tecnologia nuclear alemã(reator PWR-UKW) em Angra dos Reis e põe fim à tortura depois da impressionante manisfestação política no funeral do jornalista Vladimir Herzog). Finalmente, a abertura chega com a posse do General João Batista Figueiredo que, polêmico e controvertido, afirmara peremptório que implantaria a democracia no Brasil e quem fosse contra prenderia e arrebentaria. Muitas e muitas pessoas então banidas voltaram do exílio, também Miguel Arraes, Leonel Brizola, outros políticos e artistas. Também foi promulgado o retorno ao pluripartidarismo, legalizando-se novamente partidos proscritos(os socialistas e comunistas, por exemplo) e surgira então a grande novidade na política brasileira, o Partido dos Trabalhadores(PT), nascido no confronto sindical das greves de 1978 a1980, tendo como líder natural o sindicalista Luís Ignácio da Silva, o "Lula". As primeiras eleições regulares gerais para o legislativo e governador ocorreram em 1982, sendo a direita vencedora na maioria dos estados e o PT sofrera acentuada derrota universal(a lei Fleury para a propaganda político-partidária eleitoral ainda era vigente). Figueiredo foi sucedido por Tancredo Neves em eleição congressual indireta, o qual derrotou Paulo Maluf, embora o primeiro falecera imediatamente depois. Foi então empossado de modo legalmente controvertido o vice na chapa de Tancredo, José Sarney. Este presente governo foi caracterizado por uma grande incompetência funcional, apresentou três malfadados planos econômicos, a saber, o plano Cruzado de Dílson Funaro, o plano Bresser e o plano Verão de Maíson da Nóbrega. O primeiro destes consistiu numa desleal jogada eleitoral com relação ao povo brasideiro realizada pelo PMDB, ainda as urnas não tinham sido totalmente contadas e os preços das mercadorias na economia já tinham começado a subir. Através dessa jogada eleitoral, o PMDB obteve a grande maioria dos mandatos de governador por todo o país. Ainda em 1984, a emenda que propunha imediatas eleições diretas, proposta por Dante de Oliveira foi refutada no Congresso. O vice de Figueiredo, Aureliano Chaves, há um tempo atrás, divergira daquele e fundara a "Nova República" e um novo partido seu, o PFL. O Brasil mais e mais consolidava sua democracia e então, nas eleições para a presidência da República de 1989, muitas candidaturas concorreram mais finalmente o pleito se polarizou entre extrema-esquerda e extrema-direita, à testa da primeira o candidato Luís Ignácio Lula da Silva e na segunda, Fernando Collor de Melo. Collor usou de artimanhas de baixo nível para o aliciamento popular e derrotou Lula, empossando-se em Brasília em março de 1990. Logo em seu primeiro dia de mandato, junto com a ministra da economia Zélia Cardoso de Melo, confiscou as poupanças por todo o país, promovendo um grande choque fiscal. Contudo, Collor não terminou seu mandato. Devido às acusações de lobby envolvendo a iminência parda Paulo César Farias com relação às contas da Casa da Dinda. Assim, Collor sofreu um processo de impeachment que resultou na sua deposição final. A juventude brasileira(os "caras pintadas" foram fundamentais na derrubada de Collor de Melo). Assumiu assim seu vice, Itamar Franco o qual, junto com seu ministro da economia Fernando Henrique Cardoso, promungou o Plano Real e deu fim à histórica e hiperbólica inflação que incidira sobre a economia brasileira desde muitas décadas. Nos dois pleitos sucessivos para a presidência da República, foi eleito F.H. Cardoso que nestas gestões deu continuidade à sua política econômica então instaurada. Contudo, depois de muitas tentativas, finalmente Lula alcançou o Planalto e atualmente(2009) se encontra em sua segunda administração federal. Para chegar ao governo, o PT sofreu profunda metamorfose e teve que fazer imensas concessões políticas e ideológicas(vide seu vice, José Alencar). Mesmo com a crise do capitalismo neoliberal mundial, o Brasil ainda cresce, em infraestrutura, por exemplo, no caso da Petrobrás. Contudo, o governo Lula se encontra eivado de corrupção em todos os níveis e acumula mais de três dezenas de escândalos ao longo destas duas gestões(desde Valdomiro Diniz, José Dirceu e a Loterj até o caso das contas secretas do Senado). Lula parece descartar um terceiro mandato presidencial pessoal e intenta indicar um candidato favorito, até agora a ministra Dilma, embora esta esteja atualmente muito doente. O ano de 2010 é de fato ainda uma incógnita política para o Brasil em sua vivência civil e republicana futura(Spartacus).

sábado, 27 de junho de 2009

Notas sobre o Pensamento Filosófico Ocidental

A filosofia no Ocidente começa com o pensamento dos gregos antigos, os primeiros Denken, tais como Zenão, Parmênides, Protágoras e Heráclito, este último definindo a palavra "filósofo" ou "aquele que ama o saber". Posteriormente, seguiu-se o pensamento de Platão e Aristóteles, ambos discípulos do pretérito Sócrates e Xenofonte, considerado este último como salvando o primeiro da morte em uma batalha. A antiguidade clássica também conheceu o astrônomo alexandrino Ptolomeu. Na Roma antiga, viveram Epicuro, Lucrécio, Cícero, Sêneca e Marco Aurélio. Com o advento da idade média, o conhecimento dos tempos clássicos foi preservado nos mosteiros pelos monges e estes tempos medievais tiveram como filósofos Vico, Roger Bacon, Guilherme de Occam, Duns Scott, Santo Anselmo e Abelardo, por exemplo. Os medievais contaram com Santo Agostinho, São Tomás de Aquino e São Tomás de Kempis.Com o advento da idade moderna e do renascimento surgiu uma nova leva de pensadores, tais como Descartes, Pascal, Hobbes, Morus, Erasmo, Campanella, More, Bruno, Maquiavel, Montaigne, Bacon e outros. O pensamento científico também avançou com Galileu, Copérnico, Kepler, Fermat, Torricelli, Tartaglia, Bombelli, Cardano, Cavalieri, Da Vinci e o imediatamente pretérito Arquimedes, considerado atualmente precursor maior do cálculo infinitesimal junto a Newton e Leibniz. Em um futuro imediato surgiram os mesmos Newton, Leibniz, também Huygens, Euler e Boyle, por exemplo. Também Spinosa, Locke, Berkeley e Hume foram filósofos históricos. Assim, com o início do iluminismo, a Alemanha conheceu Kant; a França, os Enciclopedistas, tais como, Diderot, D´Alambert, Voltaire, Montesquieu, Rosseau, Condillac e Degérando, por exemplo. Sucederam-se Hegel, Schelling e Fichte, inclusive os chamados herdeiros do primeiro, Bauer, Strasmann, Füerbach e Stirner, sendo o mais ilustre deles Karl Marx. Este, junto com Comte, Weber e Durkheim fundou as ciências sociais. O século XIX também conhece o pensamento de Kierkegaard e Nietszche, ambos considerados precursores da teoria existencial, mais tarde Freud, Jung, Adler, Piaget e Frankl. A civilização norte-americana conheceu Spencer, Pierce, James, Dewey e Waldo Emerson, também Jefferson, Paine, os Federalistas(Hamilton, Madison and Jay), Franklin e Tocqueville. Quanto à Economia, houve nomes como Adam Smith, Ricardo, Quesnay, Gourmet, Petty, Stuart Mill, Walras, Jevons, Marx, Kalecki, Keynes e Galbraith. Ainda no século XIX temos Frege, Palvov e Slinner. Já o século XX inicia com Russell, Moore, Whitehead, Merleau-Ponty e Bergson, Carnap, Popper e Schlick, Husserl e a fenomenologia que, como método, impulsiona a corrente existencial de Heidegger, Sartre, Jaspers e Marcel. A Alemanha dos anos 20 conheceu a filosofia de Adorno, Horkheimer, Benjamin, Lúkacs e Habermas, a denominada Escola de Frankfurt. Nos anos 50, o cenário filosófico recebeu o pensamento estruturalista, tendo como sucessores de Saussure os seguintes integrantes: Lacan, Althusser, Barthes, Levi-Strauss, secedendo-se assim um novo ciclo pós-estruturalista que foi integrado por pensadores como Foucault, Castoriadis, Deleuze, Arendt e Guattari os quais abordaram temas muito controvertidos tais como o desejo, o microcosmo político, a psiquiatria, a sexualidade, o desejo, a loucura e a hipoestrutura. Atualmente, temos um pensador muito eminente chamado Hans Georg Gadamer o qual tem refletido a hermenêutica e a dialética em sua universalidade e relacionamento recíproco. No marco da pós-modernidade, temos nas palavras do próprio Foucault, "(...)nem a dialética como lógica da contradição, nem a semiologia como estrutura de comunicação podem dar conta da inteligibilidade aberta dos fenômenos históricos que se dá no modo da guerra e da batalha" ou nas palavras de Nietszche, citadas pelo mesmo Foucault: "(...) a história deve definitivamente deixar de ser serva da filosofia e gestante universal da verdade e do valor. Ela deve ser o conhecimento diferencial das energias e dos desfalecimentos, das alturas e dos desmoronamentos, dos venenos e dos contra-venenos. Ela deve ser a ciência dos remédios(...) ela é o próprio corpo do devir. É preciso ser metafísico para procurar-lhe uma alma na longíqua idealidade da origem"(Spartacus).

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Os Judeus e o Anti-Semitismo Universal

O povo hebreu e sua discriminação são muito antigos e caminham junto nas suas respectivas histórias. Primeiramente, há uma interpretação fundamantalista-religiosa da sua segregação por demais países que se baseia na consideração de que os judeus mataram Jesus Cristo e assim foram amaldiçoados por Iahweh, Deus Pai, cujo Avatar era o próprio Cristo. Também esse juízo na idade média foi acrescentado ao fato de que os judeus naquela época cobravam usura, não o justo preço, usual prática em tempos medievais(Karl Marx, por sua vez, formulou uma interpretação materialista da questão judaica em sua obra denominada "A Sagrada Família"). Sempre que alguma revolução acontece em alguma nação ou sociedade, logo grita-se: "Morte aos judeus!", existe até uma palavra específica para designar o genocídio dos judeus, a saber, o vocábulo universal "progrom", sendo quem o faz é chamado "progromista". Assim aconteceu em praticamente todas as revoluções vivenciadas na humanidade, não deixando de acontecer na revolução russa de 1917 e na ascensão também revolucionária do nacional-socialismo alemão em 1933. Contudo, é através desse dado nazismo, sob a égide de Adolph Hitler, que o maior genocídio judeu aconteceu. Em campos de extermínio e de concentração tais como Auchwitz, Treblinka, Sobibor, Dachau e Belzen-Belzen, cerca de seis milhões de judeus foram vitimados, principalmente através da morte por asfixia em câmaras de gás onde o Cyclon B, veneno raticida, foi empregado fartamente. Os repolhos das hortas daqueles campos eram mais viçosos porque adubados com o cálcio dos ossos de judeus. Ali imperou o Anjo da Morte, Dr. Joseph Mengele, que operou sinistros experimentos com os internos dos campos, detalhadamente e minuciosamente anotados segundo uma perversidade e comportamento psicopata inauditos. Foram feitas cirurgias sem anestesia, experimentos em câmaras de pressão e em muito altas e muito baixas temperaturas. Depois de provado e novamente provado a existência do holocausto judeu, ainda existem grupos, por exemplo o Editorial Revisão, que afirma não ter existido aquele genocídio. Contudo, terminada a segunda guerra mundial, configurou-se as condições político-emocionais para a criação do Estado de Israel. O lema da campanha era o seguinte: "uma terra seu povo para um povo sem terra". Como a Palestina árabe não compunha um Estado propriamente dito, as potências ocidentais agiram com o fim de alojar os hebreus modernos naquela região, finalizando a histórica diáspora que ocorrera desde os tempos de Cristo. Assim, o mundo do oriente-médio se polarizou e, de um lado, conservava-se Israel e sua postura irredutível, de outro, a Jordânia, o Líbano e a Síria, também o Egito e mais distante, ainda no mundo árabe, a Arábia Saudita, o Iraque e o Irã: todas as nações islâmicas contra o isolado Israel que, contudo, ganhava o apoio dos EUA como potência ponta-de-lança deste último no oriente-médio. Desses tempos até o presente, muitas guerras ocorreram, tais como a guerra dos seis dias, a guerra de Yom Kippur, os conflitos por Gaza e Golan, o extermínio de Sabra e Satilla, a invasão do Líbano e as duas guerras do Iraque(a última ainda acontecendo entre EUA e este país), ocorrendo em 1967, 1974, 1982, 1990 e 2009 como datas principais. Recentemente, no ano corrente de 2009, Israel bombardeou intensamente a faixa de Gaza, colocando em repúdio a comunidade internacional. Israel tem como inimigos viscerais os grupos islâmicos Ramás, Resbolá e Al Qaeda, esse último encabelado por Osama Abin Lader. Pode-se dizer que, após o genocídio nazista, Israel tem como principal e exclusiva defesa o ataque. Contudo, otimisticamente, com a posse do novo presidente dos EUA, Barack Obama, pode se pensar numa possível pacificação do oriente-médio(Bill Clinton intentou essa paz, tentando reunir num aperto de mão os líderes Isaac Rabin e Yasser Arafat, mas logo Rabin foi morto por um fundamentalista hebreu). Obama, embora preservando as frentes no Iraque e Afeganistão, tenciona um melhor relacionamento com o Irã, principalmente por preocupação com as intenções bélicas deste país relacionadas com armas nucleares(Spartacus).

quarta-feira, 24 de junho de 2009

A corrida espacial EUA versus URSS, um conflito político-estratégico

A tecnologia de mísseis e foguetes sempre fascinou os homens. O professor Goddard concebeu seu primeiro foguete em 1926. Na segunda guerra mundial a Alemanha nazista concebeu as ogivas militares V1 e V2 com o intuito de bombardear Londres. Muitos foguetes também foram concebidos por Werner Von Braun. Contudo, foi nos anos cinquenta que essa competição se bipolarizou entre EUA e URSS. O primeiro artefato do tipo satétite artificial foi lançado à órbita da Terra pela URSS e se chamou Sputnik. Depois, foram mandados ao espaço vários animais, o mais famoso delas a cadela Laika, que sobreviveu um tempo razoável em um satélite ao redor da Terra(sua última refeição foi envenenada). Logo, a seguir, o primeiro ser humano lançado ao espaço foi o piloto russo Iuri Gagárin, o qual lá da órbita terrestre proferiu a significativa frase: "ela é azul!", referindo-se à Terra. Também os EUA iniciaram o lançamento de astronautas ao espaço circunenvolvente ao planeta Terra, um dos mais famosos foi John Glenn. Depois do Gemini, do Lunik, do Vostok e do Explorer, uma série de missões Apolo foi lançada pelos EUA, sendo a de número 11 foi tripulada por três astronautas, Louis Armstrong, Edwin Aldrin e John Collins, os quais alcançaram a Lua em 1969. Um objeto não-identificado se chocou naqueles dias contra a face oculta da Lua, supõe-se que tenha sido um artefato soviético lançado de modo dramático para se antecipar aos EUA na conquista da Lua. Pisando em solo lunar, Armstrong disse: "um pequeno passo para mim, um grandioso passo para a humanidade. Fincada a bandeira dos EUA no solo da Lua, foi fixada ao seu lado uma placa que dizia o seguinte: "Aqui homens da Terra pisaram pela primeira vez o solo lunar. Viemos em paz por toda a humanidade". A missão 13 da Apolo foi dramática, a nave-mãe perdeu significativa energia, quase não voltaria à Terra e também correu risco de incineração em sua entrada na atmosfera. Por todos esses anos, um número enorme de artefatos, tripulados ou não foram colocados na órbita da Terra, transformando-a num verdadeiro parque de sucatas. A 17/07/1975, astronautas norte-americanos e soviéticos se encontraram pela primeira vez no espaço. muitas missões à Lua foram também realizadas. Nestes dias, também muitas sondas experimentais e coletoras de dados foram enviadas a planetas vizinhos, tal como a Viking que foi endereçada à Marte. Ao espaço mais distante, lançou-se a Voyager que passando por Júpiter e Saturno, Urano, Netuno e Plutão, nos nossos dias já tenha cruzado as últimas fronteiras do sistema solar. Um tipo de missão muito importante tem sido aquela realizada pelos ônibus espaciais tais como a Discovery, Columbia, Endeavour ou a Atlantis, as quais partem da Terra verticalmente como foguetes e voltam horizontalmente como aviões a jato. Assim, tem sido proporcionadas missões de conservação e manutenção do observatório espacial Hubble, importantíssimo nos estudos atuais de Astronomia, Cosmologia e Astrofísica. Talvez um próximo passo muito audacioso seja o envio de uma missão tripulada ao planeta Marte, o que levariam vários anos. A construção de um foguete fotônico ainda não saiu do estágio de planejamento inicial. Assim como as bombas atômicas de Hiroshima e Nagazáqui tiveram alta significação estratégica(tentar impedir que a URSS dominasse o Oriente), os EUA também conceberam o Escudo Espacial ou "Guerra nas Estrelas", a fim de interceptar possíveis mísseis soviéticos lançados do Leste em direção dos EUA por sobre o oceano atlântico norte. A tecnologia das ogivas nucleares transcontinentais(Pershing and Cruising para os EUA) durante a guerra fria apontavam para o território da URSS, tendo contrafacções soviéticas dirigidas no sentido contrário(nunca o apocalipse final esteve tão perto): O domínio do espaço cósmico tornou-se mais e mais algo relevante com relação à defesa geopolítica, demográfica e territorial das potências militares mais consolidadas ou mesmo as emergentes por todo o planeta Terra(Spartacus).



Breve Nota sobre o Outubro Vermelho(1917)

Enquanto a Duma era dissolvida e o Palácio de Inverno invadido, o encouraçado Aurora saudava com tiros de canhão a nova era socialista a qual iniciava(como uma herança objetiva do pretérito "ensaio geral" de 1905 quando faltara uma liderança diretora para viabilizar a revolução, segundo interpretação de Lênin). Com o regime dos soviéticos estabelecendo-se, com o comando geral da revolução por Lênin e o exército vermelho sob a égide de Trótski, passou-se à defesa do poder na Rússia contra os exércitos brancos de Kornilov e Wrangel. Metade do exército soviético era vermelho e a outra medade era ucraniano, sendo esse último anarquista e sob o comando de Nestor Makno e Peter Arshinov. Libertária também era a frota do Báltico que tinha dissolvido a Duma. Vencida a guerra civil, Makno e seus dirigentes foram emboscados e vitimados, contudo Makno conseguiu se evadir e sobreviver. Assim, o regime soviético tornou-se total na Rússia, o politburo, orgão executivo supremo, fora composto por Lênin, Stálin, Trótski, Zinoviev e Bukhárin. Com a morte de Lênin, Stálin ascendeu soberano e Trótski fora exilado(e posteriormente morto no exílio do México). Depois da NPE(nova política econômica) e o regime do "dois passos à frente e um para trás", a então Rússia tentava, sob a égide de Lênin, se equilibrar como nação socialista isolada, pois a revolução abortara em se disseminar por todo o mundo(Trótski já pensava nos "Estados Unidos da Europa"): a pátria socialista vivenciava profundas contradições a partir de suas limitações fundamentais e constitutivas, talvez orgânicas. Assim, somente restou Stálin que governou a Rússia com braço de ferro, promovendo milhões de coletivizações forçadas em granjas estatais. Milhões de russos foram mortos nessas integrações e na extinção universal da propriedade privada. Com o término da segunda guerra mundial, a Rússia anexou as repúblicas fronteiriças e circunvizinhas, compondo assim a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas(URSS). Assim se estabelecera o "cordão sanitário" russo(ou, para o Ocidente, "a cortina de ferro"). A URSS saíra fortalecida da segunda guerra mundial e se transformou em potência mundial junto com os EUA, configurando a polarização geopolítica e militar que se constumou denominar a "guerra fria". Com a queda do muro de Berlim(1989) e o fim do comunismo soviético(por M. Gorbachev, em 1990), aquele confronto bipolar terminou. Houve ainda uma tênue resistência contudo através de Bóris Yeltzin o regime socialista russo finalmente colapsou. Hoje, enquanto os EUA integram o conjunto de países do primeiro mundo, a Rússia compõe o BRIC, junto com o Brasil, Índia e China: a Rússia atualmente é uma nação muito empobrecida(embora já fora considerada uma vez "segundo mundo"). Isso é algo muito contraditório pois a Rússia é ainda uma poderosa potência nuclear e ainda muito atuante em contextos geopolíticos relevantes(Afeganistão e Israel, Nicarágua ou então Cuba no passado(Spartacus).

terça-feira, 23 de junho de 2009

Refletindo as Crises de 1929 e 2009

Com relação ao capitalismo pretérito, supõe-se que no século XVII(segundo Eric Hobsbawn) existiu uma grande crise que foi superada através do intenso processo da revolução industrial inglesa. Contudo, subsistindo por todo o século XIX e início do século XX praticamente como uma sociedade por ações(para uma abastada classe média ocidental), o capitalismo de Smith, Quesnay, Gourmet e Petit, nos limites da fisiocracia moderna, sofreu no ano de 1929 seu mais poderoso e radical baque com a quebra do sistema produtivo, comercial e financeiro das potências ocidentais. Tudo isso se desenvolveu devido à realidade geopolítica e econômica que se desenvolveu após a primeira guerra mundial. Com relação a esta, devido à grande destruição dos países europeus, os EUA iniciaram uma massiva exportação de gêneros e víveres de consumo imediato e depois, estruturas construtivas, motrizes e operativas tais como máquinas ou bens de capital. Desse modo, iniciando a Europa a produção de seus próprios bens, as exportações norte-americanas foram gradativamente caindo e uma disparidade progressivamente expressiva começou a tomar lugar entre as bolsas e a realidade comercial(e industrial). Chegou-se, contudo,
num dado momento em que essa disparidade se radicalizou de tal modo que a situação financeira dos investidores se tornou tal que todos correram à bolsa para se desfazerem de seus papéis os quais então não valiam absolutamente mais nada: foi a denominada "quinta-feira negra". As diferenças entre o dinheiro e o valor das mercadorias eram tão grande que estas não tinham mais nenhuma importância comercial em relação àquele, o que tornou as trocas impossíveis. Isso ocorrera devido à escassez do crétido, pois todos os investidores temiam perder seus estoques monetários. Assim, o governo Roosevelt tomou duas iniciativas de peso, a saber, desvalorizou o dólar numa fração de valor para fomentar as transações comerciais e ao mesmo tempo destruiu contingentes de mercadorias também para ajudar a baixa dos preços(em Chicago, inundou-se as ruas de leite; no Brasil, Vargas queimou café). A segunda iniciativa foi gerar emprego através de obras públicas para aumentar a renda social e assim o consumo geral. A teoria fisiocrata da hegemonia paradigmática absoluta da oferta e da procura entrou em colapso final, sendo as teses do economista inglês John Maynard Keynes adotadas universalmente(0 mesmo Keynes trabalhou no sistema de tabelamento do governo dos EUA naqueles tempos). As idéias de Keynes defendiam então uma real e maior interferência do Estado na economia, a saber, controlando juros, moeda e emprego, baseando-se na existência de um banco central. Contudo, foi somente na segunda guerra mundial que a economia norte-americana - aquela e ocidental - seria saneada da crise de 1929 e da depressão dos anos 30(deve-se definir aqui como recessão o arrefecimento do desenvolvimento econômico e a depressão, a estagnação daquele desenvolvimento), o que indica a precariedade funcional do sistema capitalista, dependendo amiúde de fatores externos - e dramáticos - tais como guerras globais.
Ao final do ano de 2008, a economia capitalista, preferivelmente a norte-americana. vinha sofrendo intensa e progressiva crise imobiliária que se alastrou pelo conjunto universal de hipotecas e atingiu um conhecido banco que assumia sistematicamente falências. Consequentemente, a crise tal como um efeito dominó, se alastrou por todo o sistema bancário, atingiu as grandes montadoras de Detroit(Ford, Chrysler e GM) e a economia popular, gerando uma grande e poderosa onda de desemprego. Devido à globalização da economia, já em 2009 a crise se tornou também global, atingindo tanto os países desenvolvidos tais como os EUA, Alemanha, Inglaterra, França e Japão tal como o grupo dos BRIC(Brasil, Rússia, Índia e China). Neste momento(junho de 2009) é categórico afirmar que no mundo inteiro vão se vivenciar taxas de crescimento bastante acanhadas com relação ao passado mesmo recente embora se afirme como previsão que países como o Brasil possam sair da crise mais rapidamente. Contudo, essas assertivas se configuram somente como cogitações. Mesmo com alguma antevisão positiva, o contexto ainda é de precaução e cautela(Spartacus).

A Polêmica Questão da Vanguarda

A idéia política que corresponde à vanguarda política e ideológica é bastante pretérita, remete à tendência autoritária da primeira internacional, à qual se referiu todas as artimanhas e escaramuças feitas por Karl Marx com relação à tendência libertária de Bakunin e foi a causa final da dilaceração e ruptura histórica daquela instituição. Superando os socialistas utópicos que eram inofensivos e passivos(tais como Owen, Saint-Simon e Fourier), a intensidade da força apresentada pelo "socialismo científico" de Marx e Engels reúne em si as idéias hegelianas de síntese e totalidade(opressivas e esmagadoras para o contemporâneo Michel Foucault), mostra que tanto Marx como Blanqui - e tardiamente - Lênin e Gramsci apresentavam a questão da vanguarda como se referindo à dialética como lógica total da contradição no patamar de método(e também de historicidade), num nível paradigmático a mediação pela autoridade - ou mesmo pelo autoritarismo - desde o socialismo intermediário(ditadura do proletariado) como regime discricionário até o alcance final da liberdade absoluta no comunismo utópico: para Bakunin, ao contrário, "o caminho para a liberdade é a própria liberdade". Essa última tese é eminentemente libertária, essencialmente característica de Bakunin. O chamado marxismo-leninismo como especificidade ideológica na ordem do dia encontra fundamental e inadiável depuração na teoria revolucionária de Antonio Gramsci o qual defende a necessidade de um fator intelectual imprescindível a compôr a vanguarda nos levantes e sedições revolucionários. Gramsci faz contraponto com o prático mas de algum modo contraditório e simplista Amadeo Bordiga, com o qual Gramsci discute a questão dos conselhos de fábrica. Finalmente, tomando a idéia basilar de Gramsci, a saber, o "bloco histórico", Togliatti, guru universal do PCI, defende a tese de que cada bloco histórico é começado a partir de um novo "bloco de poder", o que implica na noção moderna do Eurocomunismo e das alianças históricas, como aquela principal, do PCI com a Democracia Cristã(o denominado "compromisso histórico"). Isso redundou no golpe final sobre o socialismo soviético e na impossibilidade de se realizar a "ditadura do proletariado" no contexto político italiano. Contudo, a esquerda histórica recalcitrante(leninista ou trotskista) ainda apresenta o ranço soviético mesmo na universalidade dos regimes democráticos modernos, tal como dados saudosismo e teimosia a afirmar a necessidade da vanguarda ainda difícel de ser banida das estruturas políticas no marco da contemporaneidade fundamental dos poderes paroquiais e nacionais(Spartacus).

A Greve do RU-UFRGS 1981/2

Estávamos no segundo semestre do ano letivo de 1981 na UFRGS e fora promulgado pela reitoria que os alunos seriam divididos em carentes e não-carentes, através do porte de identificações cadastradas. Essa diferenciação arbitrária levou os estudantes mais politizados e pertencentes a tendências ideológicas definidas a invadirem o restaurante universitário do campus central da UFRGS. O reitor daquela gestão covarde e inconsequentemente ordenou que os funcionários se evadissem do RU, deixando aquele patrimônio da universidade abandonado e a perigo. Imediatamente, os alunos engajados compuseram comitês de várias naturezas e passaram a trabalhar e a gerir no RU. Existiram assim o comitê administrativo, o comitê financeiro, o comitê da cozinha, o comitê da limpeza, o comitê de atendimento ao aluno nas horas de refeição, &c. Durante o dia o RU funcionara normalmente e, à noite, era guardado por um comitê de segurança. Contudo, em vez de significativa adesão, a grande maioria dos estudantes ali servidos achava apenas curioso aquela prática incomum mas não se engajava naquele processo de ocupação e gestão do RU que ali acontecia. Vivíamos ainda em tempos de ditadura e as forças de repressão da Brigada Militar estavam de prontidão no Parque da Redenção, atrás do prédio da Reitoria da UFRGS. De modo diminuto e vergonhoso a Reitoria, através da voz de bonitas e sensuais estudantes, procurava seduzir com telefonemas os rapazes, por exemplo, da Engenharia - que eram mais politicamente alienados - a abandonarem o movimento gravista. A própria Reitoria também tentou avariar o boiling do sistema de aquecimento de água da cozinha. Como tudo pareceu um grande fenômeno pitoresco para a maioria dos estudantes que não aderiram, o movimento fora mais e mais perdendo força e, assim, mitigou-se até o seu desfecho final. Assim terminou aquela histórica greve do RU na qual houve participação de alguns militantes desse presente coletivo libertário(Spartacus).

domingo, 21 de junho de 2009

Stultifera Navis ou o Elogio da Loucura

O louco na antiguidade era via de regra tratado como alguém portador de uma personalidade peculiar, diferente, alguém que julgava sob um erro de cálculo, não somente por critérios modernos em bases comportamentais. Na Palestina antiga, os nabis(também rabis) eram tolerados - e também respeitados pelas suas opiniões e mesmo insights proféticos - juntos dos anciões, as crianças e os dementes(de maneira análoga ao fato dos reis tolerarem as críticas feitas através de seus bufões ou bobos da corte). Não podemos esquecer que o próprio Cristo era um rabi(também traduzido como "mestre") ou rabbuni("mestre sagrado"). Na idade média, segundo uma terrível e totalizante imersão no universo imaginário da religião cristã, a intolerância com os loucos assumiu grandes proporções, de tal maneira que eram encerrados em grandes embarcações(stultifera navis) que, rejeitadas, navegavam a esmo sem portos de chegada. Contudo, três fatores simultâneos na vida urbana ocorreram nas cidades emergentes: 1) o planejamento urbanístico que definiu para a cidade latu sensu grandes espaços abertos, praças amplas e vias largas - evitando o refúgio de subversivos e contraventores em vielas, becos estreitos e habitações ou moradas de difícil acesso; 2) a construção de grandes c0mplexos penitenciários juntamente com 3) grandes complexos psiquiátricos, quando o louco não mais era considerado como alguém de juízo idiossincrático mas como indivíduos que se identificavam com os criminosos através do conceito comum de "distúrbio de comportamento". É desta época que se originaram pseudo-ciências tais como a frenologia e o estudo das feições, do crânio e da fisionomia, no marco da emergente eugenia. Assim, as sociedades científicas e de medicina acumulavam espécimes humanos com profundas distorções anatômicas, fisiológicas e de comportamento(tal como o "homem elefante"protagonista da conhecida película ou então o caso Woysec). Nos países do Leste Europeu, já que o regime político de tipo soviético era o melhor e mais adequado à sociedade civil, o indivíduo que se rebelava contra o Estado era imediatamente considerado anti-social e encaminhado para o hospital psiquiátrico segundo o diagnóstico de "desviante"). Via de regra, à semelhança do sistema prisional em sua universalidade, quem desafia o sistema psiquiátrico concorre para sua inevitável destruição, via camisas de força química e física(as primeiras representadas pelos psicofármacos e eletroconvulsioterapia- ou o choque elétrico - e a segunda pela simples contenção física através de camisas-de-força e amarras). É usual punir o paciente que tenta fugir com a contenção química e física, mesmo sendo para um indivíduo que não apresenta quaisquer traços de ameaça aos demais internos, o que indica uma grande parcela de perversidade e calculismo psicopata por parte dos "trabalhadores em hospitais e clínicas psiquiátricas" os quais estão mais próximos de algozes universais do que praticantes terapêuticos. A situação se torna ainda mais grave se considerarmos a realidade do sistema prisional psiquiátrico forense, instituição que a sociedade teima em varrer continuamente para baixo do tapete ao invés de enfrentá-la racional e abertamente. Nessas internações forenses, os internos são criminosos que transgrediram num modo de ser psiquiátrico, poderíamos dizer, são "contraventores demenciados", o que assusta ainda mais a sociedade fragilizada e incapaz de lidar com tais pacientes. No hospício forense, não há medicação livre e grátis, os pacientes e seus familiares(se é que ainda existem) devem comprar aquela medicação que não deveria ser vendida, pacientes dormem em colchonetes pelos corredores, a comida é simplesmente horrível; o ambiente, totalmente alienante: ali não há nenhuma possibilidade de recuperação e reabilitação da personalidade desviante ou criminosa. Esse é o quadro universal que define a instituição psiquiátrica latu sensu, agravada principalmente nas nações mais socialmente e economicamente precárias e pouco desenvolvidas, nas quais a realidade psiquiátrica é ainda motivo de vergonha social ou tabu(Spartacus).

sábado, 20 de junho de 2009

A Solidariedade Local pelo Internacionalismo Proletário

São máximas dos trabalhadores associados à AIT:
- A aceitação da máxima da internacional "a emancipação dos trabalhadores será obra dos próprios trabalhadores".
- O repúdio na luta contra a burguesia de toda a intromissão da política autoritária.
- A propagação e a difusão da "ação direta" como tática eficaz que deu resultados positivos na luta operária.
- O apoio ao sindicato único, da busca pela união de todos os trabalhadores, como complemento ao trabalho de organização e como poderosa arma de solidariedade entre os proletários.
- O repúdio ao reformismo político-burguês e ao regime capitalista pela sua injusta e desumana organização econômica baseada na propriedade privada e consequentemente no exploração do homem pelo homem.
- Consideração da política, incluindo nesse termo a todos os partidos políticos desde os conservadores até os de extrema esquerda como um dos principais obstáculos ao desenvolvimento da organização operária. Uma vez que seu ponto central reside na ignorância das massas e sua existência depende do regime capitalista, sua finalidade é a de manter e eternizar, seja como for, a organização da sociedade atual que divide a humanidade em ricos e pobres, explorados e exploradores.
- A CONFEDERAÇÃO OPERÁRIA BRASILEIRA e com ela todas as federações locais devem difundir os métodos de luta do sindicalismo revolucionário como meio para chegar ao "coletivismo libertário"(municípios livres e federados).
- O federalismo sindical: ação direta dos trabalhadores, das secções sindicais, as assembléias de trabalhadores, são os instrumentos mais eficazes para construir a solidariedade de classe no combate à injustiça, a desigualdade social e ao desequilíbrio ambiental produzidos pelo Sistema Capitalista.
Os destinos daAssociação Internacional dos Trabalhadores:
Àquela primeira AIT sucedeu-se a fundação de uma segunda internacional cuja representação mais apropriada seria aquela a partir do Partido Social-Democrata Alemão. Esta instância política junto a outros partidos socialistas da Europa caracterizou-se pela crença e prática reformismo político como uma iniciativa eleitoral de resultados. Contudo, não subsistiu ao chauvinismo nacionalista que dividiu os tralbalhadores em sua unversalidade e entrou em colapso quando os partidos social-democratas aprovaram os créditos de guerra em seus respectivos países. Atualmente, se a primeira AIT fora herdada pelos anarquistas, a segunda internacional foi instrumentalizada pela totalidade dos social-democratas no mundo inteiro
Com a instalação do regime soviético na Rússia(então URSS), uma nova internacional se compôs a partir dos países da então chamada "cortina de ferro"(para os soviéticos: o "cordão sanitário"). Esse agrupamento de nações fora constituído sob uma mesma aliança militar do Leste Europeu, o denominado "Pacto de Varsóvia". Tal associação chamou-se "Comintern".
Enfim, com a constituição do regime soviético em uma ditadura totalitária de esquerda com base no culto estalinista da personalidade, Leon Trotsky no exílio fundou a quarta internacional, cujos nomes mais relevantes atualmente são Ernst Mandel e Perry Anderson. A quarta internacional hoje em dia se divide em alguns secretariados(Liga Internacional dos Trabalhadores e o Secretariado Unificado, por exemplo). Trotsky foi morto no México a mando de J. Stalin.
Por um mundo melhor para todos nós.
Ação direta sindical na construção da sociedade libertária.
Sem partido nem patrão!
Sindicato de Artes e Ofícios Vários de Porto Alegre-SINDIVÁRIOSPOA
Movimento de Reconstrução da FORGS/COB/ACAT-AIT
Federaçao Operária de Porto Alegre
Federação Operária do Rio Grande do Sul-FORGS
Associação Continental Americana dos Trabalhadores-ACAT
Associação Internacional dos Trabalhadores-AIT(IWA)
(Spartacus)

sábado, 13 de junho de 2009

Breve Opúsculo sobre a História da AIT

Introdução:
A primeira internacional é geralmente considerada como criação de Marx e como sendo ela que "pela primeira vez coloca a libertação do proletariado em termos científicos, formulando o princípio da tomada do poder pelo proletariado". De fato, não se pode negar a importância do papel de Marx na criação da internacional. Foi ele quem redigiu os seus Estatutos e o Manifesto inaugural. Contudo, estes dois documentos, principalmente os Estatutos não se podem considerar "marxistas", pois tiveram que ser aceites pelos proudhonianos, pelos owenistas e pelos mazzinianos. O própro Marx reconheceu esse fato numa carta que escreveu a Engels: "era muito difícil, na redação, formular a nossa opinião de maneira a torná-la aceitável pelo ponto de vista atual do movimento operário. Levará tempo até que o despertar do movimento permita a antiga audácia de linguagem. É preciso ser "fortiter in re, suaviter in modo".
Na idéia da criação da internacional estava latente e tinha mesmo sido expressamente afirmada, no seio dos oprimidos, muito antes das iniciativas tomadas por Marx nesse sentido. Flora Tristan afirmava, em 1843, na L´Union Ouvriere, que "a União Operária, agindo em nome da unidade universal, não deve fazer nenhuma distinção entre os operárias e operários de qualquer nação da Terra". Joseph Déjacque, Ernst Coeurderoy e outros subscreveram, em 1855, o programa da associação internacional. Marx não é mais do que um elemento, na verdade influente, do grupo que se reuniu em Londres, em 22 de junho de 1863, num ato de solidariedade com a luta pela libertação da Polônia do jugo russo e que decidiu criar um "meio internacional de comunicação". Finalmente, em 28 de setembro de 1864, no Saint Martins´Hall, foi fundada a "Associação Internacional dos Trabalhadores, sendo aprovado o seu projeto de organização, elaborado por Henri Tolain, Perrachon e Limousin.
A internacional foi criada por um conjunto de elementos heterogêneos, vindos de diferentes horizontes ideológicos, mas todos munidos de um mesmo espírito socialista. Operários na sua grande maioria, elaboraram no primeiro congresso da AIT um esboço de uma teoria eminentemente coletivista e anti-estatal, que muito pouco deve a Marx. A maior parte dos militantes da internacional, extremamente desconfiados dos teóricos burgueses que, do alto da cátedra elaboram as suas teses, queriam construir a sua própria teoria e, se se referiam a uma "autoridade", era a Proudhon que recorriam.
De fato, Marx era um ilustre desconhecido para a maior parte dos aderentes à internacional. Exilado em Londres e atuando preferencialmente nos bastidores, só era conhecido por alguns "fiéis" exilados como ele e pelos alemães. Apesar de Marx ter tentado orientar o "movimento real" da classe operária, ao redigir os relatórios do Conselho Geral da AIT, estes estão longes de ser integralmente marxistas e são mal defendidos nos congressos, na maioria dos quais não participou pessoalmente.
Marx, sem influência real no desenrolar dos acontecimentos e com a entrada de Bakunin na AIT em 1869, começou a inquietar-se com o caráter do desenvolvimento que a internacional estava a ter e iniciou o processo de dominação que viria a culminar no congresso de Haia. No congresso de Basiléia(1869), deu-se a primeira escaramuça entre as duas tendências da internacional, a autoritária e a anti-autoritária, sobre o direito de herança. A proposta do Conselho Geral sobre esse assunto foi derrotada, o que levou Eccarius a deixar escapar a reveladora frase: "Marx ficará muito descontente".
Em 1870, no congresso da Federação da Suíça romanda, filiada à AIT, surgiu o conflito aberto entre as duas tendências dominantes e opostas no interior da internacional: as seções locais se dividiram, defendendo a minoria a ação política por parte dos trabalhadores e o restante uma ação anti-política, baseada em formas de organização e luta ao nível econômico e social. A partir de então, ir-se-ão evidenciar métodos de luta antagônicos e irreconciliáveis, entre estas duas tendências, entre os federalistas de um lado e os marxistas e blanquistas do outro. Se tomarmos como significativas duas cartas, uma de Marx e outra de Bakunin, em que se referem um ao outro, facilmente constataremos que a luta de tendências que irá se passar na história imediata da primeira internacional deriva principalmente de uma alternativa de métodos.
(Marx, em 27 de julho de 1869, escrevia a Engels, "Este russo quer, evidentemente, tornar-se o ditador do movimento operário. Que tenha cuidado. Senão, será excomungado".
Por seu lado, escrevia Bakunin a Herzen: (...) pode acontecer(...) que eu em breve eu serei obrigado a entrar em luta contra Marx, não por uma ofensa pessoal, mas por uma questão de princípio, em relação ao comunismo de Estado, do qual ele e a facção que dirige, inglesa e alemã, são partidários entusiastas. Pois bem, então, bater-nos-emos até a morte").
Destas afirmações ressalta claramente que Bakunin encarava as suas divergências com Marx como uma questão de princípios de que não abdicava e, como tal, para combater a tendência oposta, escolheu o debate de idéias e não ataques pessoais. Marx, pelo contrário(como pode ser verificado pelos documentos que apresentamos neste artigo), irá atacar pessoalmente Bakunin através de calúnias, intrigas e falcatruas, para asim combater os libertários, e nunca condescenderá em ter um debate aberto de idéias. Foi este o método escolhido por Marx para tentar tranformar a internacional num mero instrumento de aplicação prática e experimental das suas teorias. Mas a realidade da internacional evoluiu numa outra perspectiva que não a sua. Por isso, e de acordo com a sua mentalidade autoritária, depois do congresso de Haia preferirá provocar a ruína da AIT a aceitar sair vencido, como saiu.
Ainda hoje, é frequente tomar-se a oposição pessoal entre Marx e Bakunin como a causa das divergências teóricas e práticas dos internacionalistas da associação. Marx tudo fez para que a questão surgisse dessa maneira. No entanto, o conflito não era de personalidades, mas sim entre duas formas diferentes e irreconciliáveis de querer a revolução social:
1) por um lado, havia a vontade da libertação de indivíduos, que sentindo-se oprimidos e explorados, a pensavam e viviam na prática cotidiana, associando-se e organizando-se livremente para se llibertarem de todos os jugos;
2) por outro lado, a mania centralizadora, a vontade de dominação desse movimento auto-libertador por parte de "iluminados" que acreditavam predestinados, graças a sua "ciência" irrefutável e segundo os seus métodos, a conduzi-lo a bom termo.
Preparativos do Congresso de Haia:
Em setembro de 1871, realizou-se em Londres uma conferência convocada pelo Conselho Geral da AIT. Esta conferência foi considerada pela maioria das secções e das federações, um abuso do Conselho Geral pois, além de ausência de representatividade, as resoluções ali tomadas refletiram bem que a conferência serviu para que o Conselho Geral novos e mais vastos poderes: direito de suspensão das secções, federações e conselhos federais e a redação de novos estatutos, permitindo a Marx e Engels aí introduzir o princípio da predominância da ação política, com a consequente organização do proletariado em partido político.
A conferência de Londres pareceu assim como a primeira manobra declarada de Marx e Engels para transformar a internacional num instrumento privado de aplicação das suas teorias. Este fato provocou imediatamente reações por parte da maioria da federações, através da realização de congressos próprios, repudiando as resoluções tomadas em Londres. Tornava-se, enfim, evidente o conflito que já há muito se vinha delineando subterraneamente entre uma corrente autoritária e outra anti-autoritária.
Pretendendo pôr termo às "pretensas cisões" no interior da internacional, isto é, querendo dar o golpe de misericórdia nos seus adversários, Marx desde logo tentou estar em vantagem para a confrontação que ele sabia que se iria dar e que, inclusive, provocou. Em relação à escolha do local para a realização do congresso, propôs ao Conselho a cidade de Haia, aproveitando o fato da impossibilidade de seguir as resoluções do congresso anterior(que escolhera a cidade de Paris), devido aos acontecimentos de 1871 e também devido às perseguições contra a internacional, tanto em França como na Alemanha. Por seu lado e querendo também favorecer Marx, Lafargue escrevia a Engels, aconselhando-o:
"(...) É preciso que o próximo congresso seja na Inglaterra. Ali os bakunistas estarão derrotados mesmo antes de aparecerem. Podes tomar como pretexto as perseguições e a necessidade de entrar em contato com as Trades Unions para introduzi-las na internacional.(...) Manchester seria preferível, os franceses são aí menos numerosos".
Será a proposta de Marx a aceite em 11 de julho de 1871, pelo Conselho Geral, ficando marcado o congresso para a Holanda, na primeira semana de setembro.
Marx não tinha proposto a cidade de Haia sem uma razão específica. É que a realização do congresso na Holanda implicava para as secções meridionais um excessivo custo das viagens dos seus delegados o que provocaria a ausência de muitos deles, por falta de possibilidades monetárias. Também Bakunin, proscrito em França, na Alemanha e na Bélgica, se via impossibilitado de participar do congresso.
A federação do Jura, em desacordo com a escolha de Haia(precisamente pelos mesmos motivos pelos quais Marx a propusera), contrapôs a Suiça como o local mais indicado. O Conselho Geral argumentou que tinha sido da Suíça que partiram todas as discussões, não se devendo, portanto, aí realizar, uma vez que qualquer congresso sofre sempre a influência do local onde decorre.
Na preparação do congresso, Marx visava principalmente a derrota completa dos libertários. Assim, queria dirigir os seus ataques contra Bakunin, pela qual se lançou a fundo numa recolha de documentos que o comprometessem de algum modo enquanto pessoa e revolucionário. Por seu lado Engels encarregou-se da feitura de um dossiê de acusação contra a Aliança para a Democracia Socialista.
Marx começou a escrever a Danielson e Baranov, seus correspondentes em São Petersburgo, pedindo informações sobre Bakunin, Baranov forneceu-lhe dados para ele desconhecidos, que o interessaram bastante:
"(...) Em 1869 iniciou-se na Rússia, a tradução da obra(O Capital). O editor confiou a tradução a Bakunin que lhe tinha pedido trabalho(...). Ele tinha prometido ter pronta uma grande parte do primeiro volume no outono do mesmo ano. No entanto, Bakunin não satisfez estas condições, arrastou o trabalho e no fim de 1869 ou começos de 1870, o agente do editor recebeu uma carta de Netchaev o qual, em nome de um tal "bureau" o proibia de reclamar a tradução a Bakunin e lhe exigia que deixasse de o ameaçar a respeito do adiamento já recebido de 300 rublos de prata. O agente escreveu a Bakunin uma carta no qual o tornara responsável por esse estratagema, pensando que Netchaev nunca poderia ter dado, sem constrangimento de Bakunin, uma tal ordem(...)".
Na verdade, Netchaev tinha convencido Bakunin a abandonar a tradução de "O Capital" e a dedicar mais tempo ao trabalho ligado à causa revolucionária. Confiando em Netchaev, Bakunin condescendera em que ele tratasse de todos os assuntos com o editor. Foi então que Netchaev escreveu a referida carta em nome de um comitê inexistente. Bakunin só soube da atitude de Netchaev mais tarde, reconhecendo ter sido vergonhosamente enganado. Escreveu então a Netchaev a dizer-lhe que só permaneceria seu associado se deixasse de usar "métodos policiais e jesuíticos", acrescentando:
1) Você por-me-á fora de causa e desculpar-me-á inteiramente no que refere ao caso Lioubavine. Para esse efeito escreverá uma carta a Ogarev, a Tata, a Oserov e a S. Serehennikov, de acordo com a verdade, que eu não sei nada sobre a carta do tal comitê e que ela foi escrita sem meu conhecimento e contra a minha vontade.
2) (...) Você tem a minha resposta a Lioubavine e a guia dos 300 rublos aí incluída(...) e tendo ficado com ela para a expedir, você o fez ou não(...)"
Vê-se assim que Bakunin pretendia justificar-se perante Lioubavile quanto à paternidade da carta e quanto ao adiantamento recebido. Este tinha sido entregue a Netchaev para que o devolvesse ao editor. Foi Netchaev quem ficou com o dinheiro.
Depois de receber as informações de Baranov, Marx escreveu de novo a Danielson dizendo-lhe para estar em contato com agente do editor para que este lhe enviasse a carta de Netchaev.
"(...) Seria da maior utilidade para mim que essa carta me fosse imediatamente enviada. Como é um assunto simplesmente comercial e como no uso a dar à carta não será nomeado qualquer nome, espero que me consiga essa carta(...)"
Marx recebeu correspondência de Lioubavine, que enviava a carta perdida e que afirmava em sua carta:
"(...) Quero dizer para concluir o que penso sobre a carta que recebi do tal "bureau" em 1870. Nessa época, a participação de Bakunin na redação dessa carta pareceu-me evidente. Devo dizer que agora quando repenso calmamente em toda essa história, vejo que a participação de Bakunin não es´ta nada provada. A carta pode muito bem ter sido escrita por Netchaev sem que Bakunin estivesse ao corrente. A única coisa certa é que Bakunin deu provas de uma total má vontade em continuar o trabalho começado, apesar do dinheiro recebido(...)".
Foi com a carta de Netchaev que Marx inculpou Bakunin em Haia, ignorando as reservas de Lioubavile relativamente à culpabilidade de Bakunin. Por seu lado, Engels preparava o dossiê sobre a Aliança. A respeito desse assunto, Engels escreveu ao uma missiva ao Conselho Federal Espanhol a 24 se julho de 1872.
O Conselho Federal Espanhol publicou o texto integral da carta de Engels e a resposta do Conselho Federal em 18 de agosto de 1872, enfatizando que aquela carta tinha por objetivo "criar a confusão com o fim de tornar impossível o envio de delegados a Haia".
O Congresso de Haia e suas consequências:
No congresso de Haia, com apoio da tal "maioria", Marx e Engles conseguiram fazer aprovar todas as suas pretensões. Assim, relativamente aos Estatutos da AIT, foi aprovado o artigo 7A. "Na sua luta contra o poder coletivo das classes possuidoras, o proletariado só pode agir como classe constituindo-se em partido político distinto e oposto a todos os antigos partidos formados pelas classes burguesas.
Esta constituição do proletariado em partido político é indispensável para assegurar o triunfo da revolução social e seu fim supremo: a abolição das classes.
A união das forças operárias, já obtida pela luta econômica, deve também servir de alavanca nas mãos desta classe, na sua luta contra o poder político dos exploradores.
Como os senhores da terra e do capital se servem sempre dos seus privilégios políticos para defender e perpetuar os seus monopólios econômicos e subjugar o trabalho, a conquista do poder político torna-se o grande dever do proletariado".
Relativamente ao aumento dos poderes do Conselho Geral, foram alterados os artigos 2 e 6, ficando o respectivo texto com a seguinte forma:
"Artigo 2: - O Conselho Geral é obrigado a executar as resoluções dos congressos e a garantir, em cada país, a estrita observação dos princípios, estatutos e regulamentos gerais da internacional.
Artigo 6: - O Conselho Geral tem igualmente o direito de suspender ramos, secções, conselhos ou comitês federais e federações da internacional até o próximo congresso(...)".
Bakunin e Guillaume foram expulsos por uma "maioria" de votos por pertencerem à Aliança e pela atividade por esta desenvolvida. Foi ainda resolvido transferir o Conselho Geral para Nova Iorque.
A seguir ao congresso de Haia, as federações anti-autoritárias reuniram-se em congresso em Saint-Imier, a 15 de setembro de 1872, para darem uma resposta enérgica à tal "maioria" vencedora em Haia, mostrando bem a sua posição relativamente às resoluções que lá tinham sido tomadas e se organizarem para a continuação da luta emancipadora, com a criação de um pacto de solidariedade e de defesa mútua. Nesse congresso, foram aprovadas várias resoluções significativas, considerando-se acima de tudo que "autonomia e a independência das federações e secções operárias são a primeira condição da emancipação dos trabalhadores; que se construa um pacto de amizade, solidariedade e defesa mútua entre as federações livres; que a natureza da ação política do proletariado deve ser tal que a destruição de qualquer poder político é o primeiro dever do proletariado".
Anexos:
Em Londres, a 26 de janeiro de 1873, considerou-se que o congresso de Haia foi ilegalmente constituído, que sua maioria era uma maioria fictícia, criada com o fim de aniquilar os verdadeiros representantes da Associação. Que as resoluções que foram votadas são subversivas em relação ao pacto fundamental da Associação, o qual reconhece a cada federação o direito de decidir sobre a linha de sua conduta. Que o programa desse congresso não foi anteriormente comunicado às secções, como prescrevem os estatudos gerais. O congresso da federação inglesa repudia as resoluções tomadas no congresso de Haia e o seu representante, o pretenso Conselho Geral de Nova Iorque. O congresso declara que a federação inglesa continuará a realização do programa social e político adotado pelo congresso de Nottingham. A federação inglesa estabelecerá relações com todas as federações pertencentes à Associação e cooperará com a maioria para realizar um congresso internacional logo que se julgue necessário(Spartacus).