terça-feira, 23 de junho de 2009

A Polêmica Questão da Vanguarda

A idéia política que corresponde à vanguarda política e ideológica é bastante pretérita, remete à tendência autoritária da primeira internacional, à qual se referiu todas as artimanhas e escaramuças feitas por Karl Marx com relação à tendência libertária de Bakunin e foi a causa final da dilaceração e ruptura histórica daquela instituição. Superando os socialistas utópicos que eram inofensivos e passivos(tais como Owen, Saint-Simon e Fourier), a intensidade da força apresentada pelo "socialismo científico" de Marx e Engels reúne em si as idéias hegelianas de síntese e totalidade(opressivas e esmagadoras para o contemporâneo Michel Foucault), mostra que tanto Marx como Blanqui - e tardiamente - Lênin e Gramsci apresentavam a questão da vanguarda como se referindo à dialética como lógica total da contradição no patamar de método(e também de historicidade), num nível paradigmático a mediação pela autoridade - ou mesmo pelo autoritarismo - desde o socialismo intermediário(ditadura do proletariado) como regime discricionário até o alcance final da liberdade absoluta no comunismo utópico: para Bakunin, ao contrário, "o caminho para a liberdade é a própria liberdade". Essa última tese é eminentemente libertária, essencialmente característica de Bakunin. O chamado marxismo-leninismo como especificidade ideológica na ordem do dia encontra fundamental e inadiável depuração na teoria revolucionária de Antonio Gramsci o qual defende a necessidade de um fator intelectual imprescindível a compôr a vanguarda nos levantes e sedições revolucionários. Gramsci faz contraponto com o prático mas de algum modo contraditório e simplista Amadeo Bordiga, com o qual Gramsci discute a questão dos conselhos de fábrica. Finalmente, tomando a idéia basilar de Gramsci, a saber, o "bloco histórico", Togliatti, guru universal do PCI, defende a tese de que cada bloco histórico é começado a partir de um novo "bloco de poder", o que implica na noção moderna do Eurocomunismo e das alianças históricas, como aquela principal, do PCI com a Democracia Cristã(o denominado "compromisso histórico"). Isso redundou no golpe final sobre o socialismo soviético e na impossibilidade de se realizar a "ditadura do proletariado" no contexto político italiano. Contudo, a esquerda histórica recalcitrante(leninista ou trotskista) ainda apresenta o ranço soviético mesmo na universalidade dos regimes democráticos modernos, tal como dados saudosismo e teimosia a afirmar a necessidade da vanguarda ainda difícel de ser banida das estruturas políticas no marco da contemporaneidade fundamental dos poderes paroquiais e nacionais(Spartacus).

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