segunda-feira, 9 de março de 2009

Refletindo sobre o Sindicalismo

A instituição sindical é uma conquista histórica da classe trabalhadora. Isso tem viabilizado ao longo do tempo o confronto entre patrões e empregados e as conquistas corporativas destes últimos. Assim, por exemplo, na Inglaterra parlamentar originaram-se as trade-unions e inclusive a partir do século XIX, grandes centrais sindicais ou associações internacionais dos trabalhadores, tais como a primeira AIT dividida entre marxistas e bakunistas. O surgimento do socialismo como teoria e prática é concomitante às associações sindicais européias(hoje co-existem quatro associações internacionais de trabalhadores no mundo todo). O movimento libertário advoga uma grande comunhão do mundo do trabalho em torno de organizações universais que poderiam fazer os patrões recuarem e parar totalmente o capitalismo com suas greves, o sonho de uma greve geral redentora e derradeira conseguindo bloquear todo o sistema capitalista está presente em cada alma libertária. Contudo, o canto de sereia dos partidos políticos da burguesia e daqueles ditos dos trabalhadores, inclusive, exercem o papel de divisores universais dos trabalhadores, com sua demagogia constitutiva e falsas verdades. Os partidos políticos balisam a política do Estado(burguês ou "socialista") e o afirmam em cada pleito periódico e temporadas subsequentes de administração estamental e fisiológica: a política como a conhecemos é o principal fator da ruína participativa da classe trabalhadora. Tristemente verifica-se os sindicatos que os anarquistas defendem como um ser por si, conservam uma heteronomia total diante da realidade político-partidária das nações e seus Estados. Isso é fácil de se ver quando consideramos o fim destinado aos líderes sindicais que têm se mostrado operantes na luta corporativa das associações de trabalhadores, os quais são indicados quase que imediatamente para candidaturas políticas, concorrendo a cargos eletivos, sendo por conseguinte absorvidos pelo poder de Estado e pela sociedade política. Assim, por exemplo, aqui no Rio Grande do Sul, considerando-se a categoria do CPERS, os líderes H. Zanetti, P. Egon e M. A. Feldmann se sucederam no comando do CPERS e, um após outro foram cooptados pela política partidária tradicional, junto a outros nomes propostos até os dias de hoje. A proposta anarquista para os sindicatos defende a permanência autônoma destes no contexto trabalhista social, conservando as associações sindicais como um fim em si e não um fator de mediação dialética tendo como resultado final os partidos políticos e sua demagogia constitutiva e essencial(Spartacus).

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