domingo, 8 de março de 2009

A Essência Humanística do Anarquismo

Comparado a outras ideologias existentes na cultura política humana sobre a face da Terra, é ao Anarquismo que corresponde o maior revérbero humanístico. Se o liberalismo prega um axiomático abandono da sociedade humana frente ao movimento cíclico e espontâneo dos mercados e se o marxismo propõe uma abordagem fria e abstrata dos fatos econômico e social, sujeitos ao inevitável jogo dialético das infra-estruturas e das super-estruturas, e assim deste modo se arvora livremente como "ciência", só o Anarquismo fala abertamente sobre liberdade humana e inclusive sobre o amor entre os homens. O Anarquismo fala de amor. De fato, nenhuma outra corrente filosófica e política fala assim na cultura humana. Nas palavras de Mikhail Bakunin lê-se: "(...) o caminho da liberdade é a própria liberdade", contrariando a tese marxista-leninista da ditadura do proletariado como intermediário entre o capitalismo e o comunismo utópico. Foi a partir dessa idéia-máter que grupos libertários de seres humanos lutaram em Kronstadt, na guerra da Ucrânia(contra Makno e seus epígonos) e na revolução espanhola de 1936-1939. Na batalha derradeira no centro da Espanha, uma rádio dramaticamente chamava à luta dizendo: "Aqui Madrid, última fronteira entre a liberdade e as forças da obscuridade!", na Espanha daqueles dias, a eletricidade, o atendimento médico e os medicamentos eram grátis, os têxteis foram introduzidos na indústria espanhola e o número de crianças na escola triplicou. Os anarquistas eram então os "assaltantes do céu", para eles não se tratava de guerra civil mas a própria revolução, "e o que importavam nossas vidas naquele momento se estávamos tão próximos do que queríamos". Isso não correspondia à um simples comprometimento ideológico mas relacionáva-se com um profundo amor pelo ser humano e seus destinos no planeta Terra. Deste modo, podemos associar a teoria e a prática libertária a um intenso e insofismável amor pelos homens e mulheres existentes(Spartacus).

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